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Veja se estímulos abrem espaço para investimentos na Bolsa

Cenário econômico adverso tem gerado fraco desempenho das ações, dizem economistas

3 jul 2014 - 08h00
(atualizado às 08h07)
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O pacote de medidas de incentivo ao mercado de capitais anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em junho, pode dar o impulso para que o Brasil tenha uma bolsa de valores mais convidativa a pequenos investidores, avaliam especialistas. A isenção de Imposto de Renda sobre ganhos em ações de médias empresas é o principal atrativo para as novas aplicações.

Declarar o Imposto de Renda à Receita Federal exige cuidados
Declarar o Imposto de Renda à Receita Federal exige cuidados
Foto: Shutterstock

Segundo analistas, o incentivo poderá, principalmente, tornar as médias empresas uma opção, já que será menos custoso para o investidor aplicar seu dinheiro em uma companhia desse porte. “Um investidor que tem um valor pequeno do patrimônio para investir em renda variável procura novas opções”, diz Claudio Duhau, analista da Ativa Corretora. “Essa diferença [de Imposto de Renda] gera uma vantagem interessante para as médias empresas e deve atrair esses investidores.”

Na avaliação de especialistas, porém, será difícil para o benefício competir com alguns obstáculos presentes no ambiente da Bolsa. Uma dessas preocupações é o atual cenário de crescimento baixo da economia brasileira, que influencia o desempenho das ações. “A isenção ajuda [a levar novos investidores à bolsa], mas tudo depende da melhora da economia brasileira. Hoje, temos um cenário um pouco adverso, as ações não tem tido um desempenho muito positivo”, afirma Bruno Gonçalves, analista-chefe de Alpes Corretora.

Mesmo no atual cenário, Gonçalves acredita que o incentivo que prevê isenção de IR sobre ganhos de capital em ações de empresas de valor de mercado inferior a R$ 700 milhões pode ser ao menos interessante para quem já está habituado a investir no mercado acionário.

Segundo Amerson Magalhães, diretor da Easynvest Título Corretora, o pequeno investidor que decidir aplicar em médias empresas deve ficar atento ao risco da operação. “Uma empresa média, quando faz o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), está arriscando mais, porque quer fazer uma captação, ampliar os negócios. Neste momento, ainda não há um histórico da companhia. É um investimento mais arriscado, apesar de menos custoso”, afirma Magalhães.

Setor em crescimento

Para quem decidir investir, uma aposta dos analistas é que o ramo de educação seja uma boa opção no segmento de médio porte, caso mais empresas decidam abrir o capital.

“Apesar de a medida não beneficiar nenhum segmento em particular, o investidor pode ter perspectivas positivas para empresas do setor de educação. É uma área que tem demonstrado crescimento”, diz Claudio Duhau.

De acordo com a Economática, a ação do grupo educacional Kroton foi a que mais se valorizou no primeiro semestre deste ano, com alta de 58,86%. O ativo da Estácio também teve grande destaque na Bolsa, com valorização de 44,50% na primeira metade de 2014.

Para que a medida de isenção de Imposto de Renda em ações de médias empresas entre em vigor, o Ministério da Fazenda ainda deverá publicar uma medida provisória autorizando o estímulo. Também foi criado um Grupo de Trabalho com representantes do governo e da BM&FBovespa para apresentar, em um prazo de 90 dias contados desde o anúncio do ministro Mantega, uma proposta para facilitar o recolhimento de imposto de renda em ações.

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Fonte: Terra
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