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Trump impõe tarifas de importação sobre aço e alumínio

8 mar 2018 - 19h25
(atualizado em 9/3/2018 às 07h31)
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Trump assina regras sobre importação de aço e alumínio na Casa Branca
Trump assina regras sobre importação de aço e alumínio na Casa Branca
Foto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alumínio nesta quinta-feira, mas isentou Canadá e México, recuando de promessas anteriores de tarifas sobre todos os países.

Ao descrever o 'dumping' de aço e alumínio nos EUA como "uma agressão ao nosso país", Trump disse em entrevista coletiva que o melhor resultado seria que companhias se transferissem para os EUA e insistiu que produção interna é necessária por razões de segurança nacional.

"Se você não quer pagar impostos, traga sua fábrica para os EUA", disse.

Detalhes do plano foram revelados por autoridades do governo antes do discurso de Trump. Outros países podem pedir isenções, de acordo com o governo, embora houvesse poucos detalhes sobre quando estas serão feitas.

Trump ofereceu alívio de tarifas sobre aço e alumínio para países que "nos tratam com justiça no comércio", um gesto com objetivo de colocar pressão sobre Canadá e México para cederem terreno em conversas separadas sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que aparentam ter sido paralisadas.

Trump também exigiu concessões da União Europeia, se queixando que o bloco tratou carros norte-americanos injustamente e ameaçou aumentar tarifas sobre importações de carros da Europa.

As ações dos EUA ampliaram ganhos antes do anúncio, à medida que a Associated Press relatava detalhes-chave. O índice Standard & Poor's subiu 0,45%, enquanto o Dow Jones fechou com alta de 0,38%.

LIGAÇÃO COM NAFTA É REJEITADA

O México rejeitou qualquer ligação com o Nafta nesta quinta-feira. O ministro da Economia mexicano, Ildefonso Guajardo, disse à Reuters: "Sob nenhuma circunstância nós seremos alvo de qualquer tipo de pressão".

O ministro do Comércio do Canadá, François-Phillippe Champagne, afirmou à Reuters que seu país não irá aceitar quaisquer obrigações ou cotas dos EUA.

O inesperado anúncio de Trump sobre tarifas na semana passada incomodou os mercados, levantando a possibilidade de uma crescente guerra comercial global. Ele aparentou ter concedido algum terreno após uma campanha de deputados de seu próprio Partido Republicano, grupos industriais e aliados dos EUA no exterior.

O presidente disse estar satisfeito com progresso em conversas do Nafta, embora tenha repetido que estaria disposto a acabar com o acordo. Negociações foram iniciadas após Trump assumir no ano passado dizendo que caso o pacto não fosse negociado para servir aos melhores interesses dos EUA, Washington deixaria o acordo.

CONTRA-ATAQUE

Vários parceiros comerciais importantes disseram que responderão às tarifas com ação direta.

"Se Donald Trump colocar as medidas em vigor nesta noite, temos todo o arsenal à nossa disposição para responder", afirmou o comissário europeu de Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici.

As contramedidas incluirão tarifas europeias sobre laranjas, tabaco e bourbon dos EUA, disse ele. As motos Harley Davidson também foram mencionadas.

No momento em que Trump ameaçava com as tarifas, 11 países reuniram-se no Chile para assinar um pacto comercial Ásia-Pacífico, que Trump se retirou no primeiro dia no cargo.

Desde a campanha eleitoral, Trump tem promovido um nacionalismo econômico, prometendo trazer postos de trabalho aos Estados Unidos e salvar o país de acordos comerciais que ele considera injusto.

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