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Como o varejo brasileiro está se tornando seu próprio banco

O movimento está mudando a lógica de crédito e gestão financeira no País

21 ago 2025 - 06h44
(atualizado às 14h48)
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Resumo
O varejo brasileiro está integrando serviços financeiros ao seu negócio, tornando-se seu próprio banco, utilizando dados operacionais e tecnologia para oferecer crédito de forma mais ágil, lucrativa e personalizada, redefinindo o mercado financeiro no país.
Como o varejo brasileiro está se tornando seu próprio banco:

O varejo brasileiro está passando por uma revolução silenciosa e profunda: está se tornando seu próprio banco. Esse fenômeno não apenas altera a lógica tradicional de crédito no país como também transforma a maneira como as empresas gerenciam suas finanças e se relacionam com os clientes. Cada vez mais, redes varejistas, marketplaces e plataformas de e-commerce estão incorporando serviços financeiros diretamente ao seu core business, usando dados operacionais, recebíveis e infraestrutura digital para operar crédito com maior margem, controle e fidelização.

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Ao "fintechzar" uma empresa, o varejista deixa de depender exclusivamente dos bancos tradicionais para conceder crédito, passando a atuar ele mesmo como um provedor financeiro. Essa transformação é viabilizada por uma série de avanços tecnológicos e financeiros, como a criação de braços financeiros próprios — que podem ser estruturas reguladas, como Sociedades de Crédito Direto (SCD), ou operações via fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e securitizadoras. Essas estruturas lhes permitem oferecer empréstimos, cartões de crédito privados (private label), antecipação de recebíveis e outras soluções financeiras, tudo controlado e personalizado dentro do seu ecossistema.

A chave para essa transformação está nos dados. Diferentemente dos bancos, que muitas vezes só conhecem o cliente por dados cadastrais e históricos bancários, o varejo tem acesso direto a informações operacionais — vendas, entregas, comportamento de compra, reputação, inadimplência — que dão uma visão muito mais rica e cheia de nuances sobre o cliente e seu risco. Isso significa que os varejistas podem usar essa inteligência para aprovar crédito de forma mais ágil, segura e com menor inadimplência, além de criar ofertas personalizadas que aumentam a satisfação e fidelidade. Um ecossistema digital que integra vendas, finanças e gestão de risco é o coração dessa operação.

Na prática, essa tendência está se espalhando em diferentes frentes. Marketplaces e plataformas de comércio eletrônico, como exemplificado por empresas como o Mercado Livre, já operam suas fintechs integradas, alcançando dezenas de milhões de clientes com soluções financeiras próprias. Redes varejistas tradicionais, como Magalu, Carrefour, Lojas Renner e Riachuelo, também investem pesado na bancarização do cliente, conseguindo que o braço financeiro represente uma fatia significativa da receita, por vezes acima de 30%. Assim, o crédito deixa de ser um custo para se tornar uma fonte de lucro e um diferencial competitivo.

Além do ganho financeiro, o varejo que se torna seu próprio banco fortalece a relação com o cliente, passando de um mero ponto de venda para um parceiro financeiro. Isso cria um ciclo virtuoso onde o consumidor encontra facilidades de pagamento, condições personalizadas e uma experiência menos burocrática do que nos bancos tradicionais, o que estimula compras mais frequentes e de maior valor. Em suma, o varejo brasileiro não está apenas vendendo produtos; está oferecendo crédito e serviços financeiros que constroem ecossistemas de consumo integrados e sustentáveis.

Essa transformação reflete uma mudança estrutural no mercado brasileiro, que sempre teve uma alta dependência do crédito para o consumo. Contudo, o que antes estava restrito aos grandes bancos agora está nas mãos do varejo, que aproveita sua proximidade, conhecimento do cliente e capacidade digital para operar crédito de modo mais eficiente e lucrativo. No futuro próximo, a linha entre banco e varejista deve ficar cada vez mais tênue, com o comércio assumindo um papel central na oferta de serviços financeiros e moldando a nova face do crédito no Brasil.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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