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Mercado eleva projeção para inflação este ano pela 7ª vez

28 set 2020 - 09h01
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O mercado elevou pela sétima vez seguida a expectativa para a inflação no Brasil este ano, depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconhecer que há pressão no curto prazo mas afirmar tranquilidade.

Cosumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro em meio a surto de Covid-19
16/09/2020
REUTERS/Ricardo Moraes
Cosumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro em meio a surto de Covid-19 16/09/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo BC mostrou que o cenário agora é de que o IPCA termine 2020 com alta de 2,05%, de 1,99% projetado na semana anterior. Para 2021 a projeção continua sendo de inflação de 3,01%.

O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Na semana passada, o BC reconheceu um descolamento grande entre a inflação ao produtor (IPA), mais alta, e ao consumidor (IPCA), mais baixa, com a diferença observada em agosto tendo sido a maior desde 2003 considerando variações em trimestres móveis, e indicou que deverá haver algum repasse ao IPCA à frente.

Mas Campos Neto afirmou que a autarquia tem posição de absoluta tranquilidade em relação à inflação, reconhecendo que há pressão no curto prazo, mas sem perspectiva de que transborde para os anos à frente.

O levantamento semanal apontou ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve terminar este ano com contração de 5,04%, de uma queda de 5,05% calculada antes, crescendo 3,50% em 2021.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC melhorou sua projeção para o PIB em 2020 a uma retração de 5,0%, sobre queda de 6,4% calculada em junho.

Com o BC repetindo que há pouco ou nenhum espaço para cortar a Selic à frente, com a alta dos juros básicos sendo descartada desde que mantido o quadro para a inflação e para a disciplina das contas públicas, a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que permanecem as expectativas de que a Selic vai terminar este ano em 2,0% e 2021 a 2,5%.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a taxa básica de juros em 2,00% este ano, mas aponta que ela deve permanecer neste patamar ao final de 2021.

Veja abaixo as principais projeções do mercado para a economia brasileira, de acordo com a pesquisa semanal do BC com cerca de 100 instituições financeiras:

Expectativas de mercado 2020 2020 2021 2021

Mediana Há 1 Hoje Há 1 Hoje

semana semana

IPCA (%) 1,99 2,05 3,01 3,01

PIB (%) -5,05 -5,04 3,50 3,50

Dólar (fim de período-R$) 5,25 5,25 5,00 5,00

Selic (fim de período-% a.a.) 2,00 2,00 2,50 2,50

Preços administrados (%) 0,90 0,96 3,84 3,96

Produção industrial (%) -6,30 -6,30 5,01 4,41

Conta corrente (US$ bi) -6,81 -7,20 -15,21 -19,45

Balança comercial (US$ bi) 55,30 55,15 52,75 53,31

IDP (US$ bi) 53,76 55,00 67,00 68,50

Dívida líquida pública (%/PIB) 67,25 67,00 69,90 69,95

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