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Maia: Previdência vai atrasar sem proposta sobre militares

Presidente da Câmara afirmou, em entrevista a jornal, que não há chance de o plenário 'votar uma e deixar a outra parada'.

25 fev 2019 - 10h49
(atualizado às 11h43)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que se o governo não enviar a proposta de reforma da Previdência dos militares, a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que muda as regras da aposentadoria para os trabalhadores civis vai atrasar. Segundo Maia, a votação do texto da PEC no plenário deve acontecer em junho.

"Disse ao Onyx [Lorenzoni, ministro da Casa Civil] que se não encaminhar, vai atrasar. O governo pode ficar tranquilo que votaremos as duas na mesma semana no plenário, não há chance de votar uma e deixar outra parada", afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico. "Não mandaram a dos militares. Então, na semana que vem, mesmo que chame para instalar as comissões, não vai [acontecer]", reforçou.

Sobre o tipo de sistema de capitalização, o presidente da Câmara opinou que tem de ser um sistema misto. "Um sistema puro de capitalização, em um País com tanta desigualdade e miséria, é difícil."

Rodrigo Maia 17/10/2017. REUTERS/Adriano Machado
Rodrigo Maia 17/10/2017. REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Maia também sugeriu que o deputado Mauro Benevides (PDT-CE) possa ser escolhido para presidir a comissão especial que vai discutir o tema. "Se avançar já na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para alguns pontos bem claros de convergência entre a posição do PDT e a nossa, seria muito bom que o PDT pudesse presidir a comissão com o Mauro, que entende do tema e defenderá 90% do que está colocado."

O presidente da Câmara ainda disse que o governo e seus apoiadores precisam usar as redes para defender a reforma da Previdência. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro precisa rebater o vídeo em que diz que era contra a idade mínima. Maia completou que se o governo não entrar no enfrentamento nas redes, há grande risco de perder votos no Congresso.

Em relação aos temas que podem ser discutidos no plenário até votar a reforma, Maia citou a autonomia do Banco Central, mas disse que antes é preciso entender qual é o tamanho da base do governo.

Já sobre a tramitação dos projetos anticrime, Maia disse que pode criar uma comissão especial, mas que tem que discutir outros temas antes, como o abuso de autoridade. Segundo ele, quando os temas chegam com força, ou são votados rapidamente ou "depois morrem". "Dá para votar. Se a linha não for a criminalização da política, não vejo problema de andarem", afirmou ele, que disse que a Câmara quer votar a regulamentação do caixa dois e do lobby.

Bebianno

Sobre a forma que o Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi demitido, Maia avaliou que não foi boa e que, se esse tipo de episódio se repetir, pode prejudicar a relação de confiança com os deputados.

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Detalhes da Previdência:
Estadão
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