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Ministro não acredita que tabelamento de frete vai funcionar

7 ago 2018 - 18h53
(atualizado às 19h10)
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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reforçou nesta terça-feira sua insatisfação com o tabelamento do frete, que segundo ele, vai criar muitos problemas à frente. Maggi diz que, pelas características do Brasil, não há como tabelar o custo do transporte. "Há vários tipos de rodovias, os caminhos são diferentes e botar tudo isso no mesmo pacote não dá certo", afirmou durante o 28º Congresso e ExpoFenabrave, realizado em São Paulo.

"Os preços propostos na tabela ficaram muito elevados e a renda do produtor já é pequena." No evento da Fenabrave, a Embrapa Territorial apresentou o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira, lançado na manhã desta terça-feira em Brasília. O sistema, porém, foi pouco abordado por Maggi, que preferiu focar nas questões referentes à safra que será semeada a partir de setembro, diretamente vinculadas ao custo de frete.

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante coletiva de imprensa em Brasília, Distrito Federal
14/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante coletiva de imprensa em Brasília, Distrito Federal 14/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro admite que a tabela, por ter sido aprovada pelo Congresso, vai passar. Mas prevê que, no futuro, caberão ao produtor os custos do transporte, ao contrário do que acontece hoje, quando tradings se encarregam de retirar o produto da propriedade. Maggi avalia que, da maneira com que o assunto está sendo encaminhado, o governo lança o olhar sobre um processo que é ineficiente e que terá que ganhar escala para ser eficiente.

À plateia de revendedores de caminhões, Maggi disse que, inicialmente, o tabelamento do frete vai acarretar uma maior venda de caminhões porque os produtores vão se ocupar do transporte de seus produtos e, com isso, montar suas frotas. Ocorre que, disse o ministro, esses produtores terão que colocar em seus orçamentos o custo de frotas paradas por quatro meses (quando não há produto a transportar), como ocorre com as colheitadeiras.

Ao final, Maggi deixou uma mensagem de otimismo aos empresários. Disse que o Brasil passa por uma grave crise, mas que "não acabará". De acordo com ele, a melhor maneira de mudar o quadro é o brasileiro "votar bem". Disse que se o candidato em que cada pessoa votar não for para o segundo turno é importante que se vote no segundo turno no candidato que incorporar parte das propostas do candidato derrotado. "Viva as eleições", gritou.

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