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Irmão de Suzane von Richthofen acumula dívidas de imóveis herdados

Andreas von Richthofen tem aproximadamente R$ 500 mil em dívidas de IPTU e condomínios

11 jan 2024 - 15h39
(atualizado às 17h02)
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Resumo
Andreas Richthofen, irmão de Suzane Von Richthoffen, acumulou cerca de R$ 500 mil em dívidas de impostos e condomínios atrasados pelos imóveis herdados dos pais dela. Ele possui sítios localizados em São Roque, algo mais de R$ 150 mil em dívidas com o edifício Greenwich Village Campo Belo e ainda não foi encontrado por advogados e vizinhos.
Foto da família Richthofen: Suzane, Andreas, Marísia e Manfred. Sergio Castro/AE
Foto da família Richthofen: Suzane, Andreas, Marísia e Manfred. Sergio Castro/AE
Foto: Sergio Castro/Estadão / Estadão

Os imóveis da família Richthofen, que foram herdados pelo irmão de Suzane, Andreas, acumulam aproximadamente R$ 500 mil em dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados. A informação é do blog True Crime, de Ullisses Campbell, no O Globo

Após ter sido condenada a 40 anos de prisão por ter matado Manfred e Marísia von Richthofen, Suzane perdeu o direito à parte da herança dos pais. Pouco depois do crime, o irmão entrou na Justiça para impedi-la de ficar com algo, e ganhou o direito de herdar todo o espólio dos pais –assassinados a pauladas–, avaliado na época em quase R$ 10 milhões.

Dinheiro em contas correntes e aplicações, carros, terrenos e seis imóveis, incluindo a mansão onde o casal foi morto, foram herdados por Andreas. O imóvel que ficou conhecido na imprensa por ser palco do crime, foi vendido por R$ 1,6 milhão. 

Mais de 20 anos após o crime, o herdeiro acumula 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de IPTU e condomínios atrasados, conforme apuração de Campbell. Andreas é processado pelas prefeituras de São Paulo e de São Roque por dívidas de IPTU.

Dois dos imóveis foram invadidos por 'falsos sem-teto'. Uma delas é localizada na Rua Barão de Suruí, na Vila Congonhas. Recentemente, uma família mudou para lá clandestinamente. Avaliada em R$ 1 milhão, a residência teve as chaves trocadas, o terreno limpo, foi reformada e tem luz e água ligados. Outro imóvel, localizado no Campo Belo, invasores conseguiram o título de propriedade por usucapião, por posse prolongada, contínua, pacífica e sem oposição.

‘Era tão triste’

O imóvel localizado na Rua República do Iraque, no bairro Brooklin Paulista, onde funcionava a clínica da psiquiatra Marísia, foi uma das moradias de rapaz. Ele chegou a morar no local enquanto cursava Farmácia e Bioquímica na Universidade de São Paulo, entre 2005 e 2015. Nesse período, ele também concluiu um doutorado em Química. 

Vizinhos teriam relatado que Andreas, esporadicamente, fazia festas no imóvel com os amigos, mantendo o som alto até a madrugada. Mas os vizinhos nunca chegaram a reclamar. 

“Esse garoto era tão triste que não tínhamos coragem de reclamar quando ele estava se divertindo com os amigos”, afirmou ao Globo a dentista Olívia Massaoka. Outro vizinho chegou a relatar que por vezes, o irmão de Suzane se apresentava bem vestido e comunicativo. Em outros momentos, mal falava “bom-dia” e andava com a mesma roupa por até uma semana. 

Esse mesmo vizinho chegou a impedir que imóvel fosse invadido duas vezes. Ele pega as correspondências deixadas pelo carteiro, paga a conta da luz, e manda limpar o mato que cresce na calçada. “Minha intenção é comprar a casa dele, mas ninguém consegue localizá-lo para fazer a oferta”, diz Allan Zurita.

Não quer se desfazer 

Amigos do rapaz dizem que ele não quer se desfazer dos bens, pois mantê-los com ele seria uma forma de preservar a memória de Manfred e Marísia, mas também tem medo que a irmã tenha acesso a eles, pois não tem filhos, o que tornaria Suzane sua única herdeira. 

Na época da pandemia, Andreas refugiou-se em um sítio de São Roque, também herdado dos pais. O local ficou famoso, pois na época do julgamento de Suzane e dos irmãos Chistian e Daniel Cravinhos, foi revelado que eles haviam planejado matar os pais dela incendiando essa propriedade para carbonizar o casal von Richthofen. 

Após o período de isolamento, ele teria comprado outro sítio na cidade, em uma área isolada e no meio do mato, com difícil acesso. Segundo Campbell, Andreas vive sem celular e internet para não ser incomodado. Isso também dificulta que os oficiais de Justiça o encontrem para sobre os processos das dívidas. 

O blog também aponta que os procuradores do município de São Paulo afirmam que vão preparar ações para levar os imóveis do herdeiro dos von Richthofen a leilão.

Pessoas próximas à Andreas dizem que não o veem desde janeiro de 2023, quando Suzane ganhou as ruas para responder o restante da pena em liberdade. Na mesma época, ele foi procurado insistentemente pela advogada da irmã, Jaqueline Domingues, para um possível encontro, após 20 anos. “Andreas tem um misto de medo e amor pela irmã”, disse um amigo não identificado.

Não é encontrado nem pela advogada

A advogada que defendeu seus interesses na herança, Maria Aparecida Evangelista, não consta mais como procuradora dele nos processos movidos pelas dívidas. “O Andreas e a família preferem não se manifestar sobre os fatos ocorridos”, disse a advogada quando procurada pelo Globo. Ela também não sabe o paradeiro dele, apesar de tentar localizá-lo para evitar que perca os imóveis.

Miguel Abdalla Netto, irmão de Marísia, que ficou com a guarda de Andreas até que ele se tornasse maior de idade, também não sabe onde está o sobrinho. 

Nem a imobiliária Laert de João Imóveis, que administrava os bens de Andreas localizados no bairro de Campo Belo, consegue encontrá-lo. As corretoras procuraram por ele no último ano para que assinasse os contratos de locação, mas não tiveram êxito. 

“A última vez que compareceu aqui, em 2021, ele estava irreconhecível. Estava tão sujo e maltrapilho que parecia um morador de rua. Aparentava estar em surto. Ficamos até com medo de abrir a porta”, contou a dona da imobiliária, não ser identificada.

Uma das maiores dívidas de Andreas é no edifício Greenwich Village Campo Belo, onde possui inadimplência. Só na ação, movida em 2021, ele já perdeu R$ 150 mil entre taxas e honorários de sucumbência. O imóvel foi adquirido em 2017, por R$ 430 mil. 

Por pedido da advogada Bruna da Silva Kusumoto, que representa o condomínio, Andreas teve a conta bancária bloqueada. Os valores são sacados de sua conta a cada três meses, assim como os honorários da advogada. “Vai ficar assim porque ele se recusa a pagar o boleto espontaneamente”, disse.

Fonte: Redação Terra
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