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Fluxo de investimento estrangeiro na Bolsa chega a R$ 90 bi em 2022

O valor investido neste ano já está próximo do montante de 2021, segundo estimativa da XP; estrategistas pontuam que a Bolsa brasileira segue barata

28 mar 2022 - 15h25
(atualizado às 19h48)
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O sentimento em relação ao Brasil melhorou notadamente nos últimos meses entre os investidores estrangeiros, o que é nítido ao se observar o forte fluxo para a Bolsa, avalia a XP. Em 2022, o saldo acumulado de investimentos estrangeiros na B3 já chega a quase R$ 90 bilhões, quase alcançando todo o saldo de 2021, que já foi um ano de entrada recorde de estrangeiros.

Segundo a XP, mesmo com a economia brasileira patinando, com inflação e juros altos, riscos fiscais e da eleição, alguns fatores explicariam esse otimismo com o País. O otimismo está ligado à ausência de opções interessantes entre os principais países emergentes. Além disso, a estabilidade relativa do País é um atrativo para investidores estrangeiros.

Além disso, a XP aponta que a grande exposição aos setores que os investidores querem comprar hoje, como commodities e bancos, fazem do Brasil uma excelente opção. "Esses setores protegem o investidor da alta da inflação e não são impactados tão negativamente pela alta de juros no mundo. Nosso estudo mostra que a bolsa brasileira é a bolsa com maior exposição nesses setores (68%) entre os grandes índices de bolsa no mundo", observa relatório publicado pela XP e assinado pelos estrategistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig.

Os estrategistas pontuam que a Bolsa brasileira segue barata, já que, apesar da alta de 30% do EWZ esse ano (título de investimento dolarizado que acompanha a bolsa brasileira), o indicador de preço em relação ao lucro da Bolsa segue em 7,8x, bem abaixo da média histórica próxima de 12x. Isso porque a expectativa de lucros para o Ibovespa segue aumentando para 2022, por conta da forte alta dos preços das commodities.

Um estudo feito pela XP Asset mostrou que as vezes que o Ibovespa negociou abaixo de 8x lucro desde 2005, em 95% das vezes, o índice teve retorno positivo nos próximos 12 meses. Em 83% das ocasiões, o retorno ficou acima de 20%.

Por fim, a corretora destaca que a apreciação do Real também atrai o investidor estrangeiro, pois o fortalecimento da moeda melhora os retornos em dólar dos estrangeiros.

"A alta taxa de juros do Brasil atualmente tem ajudado a fortalecer o Real, pelo grande diferencial de taxa de juros com o Dólar. Essa expectativa de que o Real deverá permanecer forte traz uma 'segurança' adicional ao investidor estrangeiro, de que ele não perderá todo o retorno em moeda local pela depreciação do câmbio", afirma.

Longo Prazo

Os analistas da XP ressaltam que, embora o interesse no Brasil esteja elevado, o que se traduz em um forte fluxo de investimentos na Bolsa e em renda fixa local, é um fluxo que também pode sair a qualquer momento, sendo um fluxo considerado de "curto prazo". "Da mesma maneira que entrou, esse dinheiro poderia rapidamente sair, caso o cenário para os outros emergentes melhore, e/ou o cenário daqui se deteriore", dizem.

Na visão deles, isso indica que o investimento de longo prazo feito por empresas, que é uma decisão de anos, ou décadas à frente, ainda continua aquém do potencial. O Brasil ainda não parece oferecer uma base de investimentos atrativa para esses investimentos de longo prazo, talvez por burocracias, mudanças de regras, baixa capacitação da mão-de-obra local, alta carga tributária, infraestrutura ruim, entre outras razões.

Para a XP, o Brasil está em uma posição única para atrair investimentos massivos de multinacionais, considerando a democracia estável com mais de 200 milhões de consumidores, uma moeda fraca perante o dólar, que torna a mão-de-obra local barata em relação à outros países, a vasta costa do país para vazão da produção, e uma proximidade maior com a Europa e os EUA em relação aos produtos vindos da Ásia. "O país só precisa dar as condições para que esses investimentos aconteçam", aponta.

Estadão
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