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Fed enfrenta um 2026 turbulento com o fim do mandato de Powell e teste para independência

9 dez 2025 - 11h49
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A última reunião do ano do Federal Reserve nesta semana antecede um 2026 turbulento que verá mudanças importantes entre as autoridades, incluindo a chegada de um novo líder a ser nomeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e testes de sua independência em meio a pressões legais e políticas.

Além do cronograma regular de reuniões e debates que já provocaram profundas divisões sobre os riscos enfrentados pela economia e a resposta adequada, os primeiros meses de 2026 estão repletos de questões a serem resolvidas.

NOVA LIDERANÇA A PARTIR DE MAIO

O mandato do chair do Fed, Jerome Powell, termina em maio, e a expectativa é de que Trump anuncie um sucessor no início do novo ano. Com base em uma pequena lista que inclui seu principal assessor econômico, Kevin Hassett, a indicação dará início a uma sequência de eventos que levarão à chegada do novo chair provavelmente a tempo de liderar a reunião de junho do Fed. O Comitê Bancário do Senado realizará uma audiência para avaliar o indicado, seguida de uma votação de confirmação no plenário do Senado.

Powell teve apoio bipartidário em duas votações de confirmação para o cargo de chair, garantindo um placar de 84 a 13 quando Trump o promoveu pela primeira vez em 2018 e de 80 a 19 em 2022, quando foi renomeado pelo ex-presidente Joe Biden.

O próximo chair poderá enfrentar uma votação mais acirrada, dados os esforços abertos do governo para influenciar o Fed e o amplo apoio que a independência do banco central tem entre os parlamentares eleitos. O indicado mais recente de Trump para a diretoria do Fed, Stephen Miran, foi confirmado por 48 a 47, com quatro republicanos não votando.

UM "FED TRUMP" PODE LEVAR MAIS TEMPO

A complexa estrutura de poder do Fed pode parecer desajeitada. Ela conta com uma diretoria de sete pessoas, cujos membros são nomeados pelo presidente e confirmados pelo Senado, que supervisiona o sistema; com 12 presidentes de bancos regionais, com suas próprias equipes e áreas de supervisão; e com o Comitê Federal de Mercado Aberto, que fixa os juros e inclui os diretores e cinco dos presidentes dos bancos regionais, quatro dos quais se revezam com direito a voto em ciclos de dois ou três anos.

As recentes decisões sobre os juros já mostraram fissuras entre os diferentes grupos, com vários presidentes de bancos regionais entre os que mais se opõem a cortes por medo da inflação, e três diretores nomeados por Trump argumentando que a taxa deve cair.

Conseguir mais cortes dos 12 votantes do Fomc pode ser difícil, uma vez que vários dos novos votantes já apresentaram argumentos "hawkish". Em última análise, a decisão pode depender dos dados econômicos, mas, de qualquer forma, é provável que demore mais do que Trump deseja, dada a aproximação das eleições de meio de mandato que determinarão o controle do Congresso pelo restante de seu mandato.

A diretoria com sede em Washington tem muitas ferramentas de influência além da taxa de juros, incluindo a capacidade de alterar as regras de comunicação pública do banco central, definir os orçamentos e a equipe dos bancos regionais e determinar como os maiores bancos são regulamentados.

Grandes mudanças, no entanto, exigiriam a maioria da diretoria e, mesmo com o novo chair, Trump terá nomeado apenas três das sete autoridades devido à forma como os mandatos de 14 anos são escalonados. Na verdade, o mandato de Miran termina em janeiro e, para abrir uma vaga para o novo chair, espera-se que ele retorne ao seu cargo de chefe do Conselho de Assessores Econômicos de Trump.

CASO COOK

Trump tomou medidas para tentar liberar uma vaga adicional na diretoria, tentando demitir a diretora Lisa Cook, cujo mandato se estende até 2038.

Ela recorreu da demissão na Justiça e, até o momento, a Suprema Corte permitiu que ela continuasse no cargo enquanto o a questão é contestada, em vez de permitir sua remoção imediata conforme solicitado por Trump.

A Suprema Corte deve ouvir o caso em janeiro, e a decisão terá implicações para a independência do banco central e para a influência de Trump sobre a política monetária.

PROCESSO DE SELEÇÃO

Embora geralmente fique em segundo plano, a seleção e a retenção dos presidentes dos bancos regionais foram trazidas à tona recentemente quando o secretário do Tesouro, Scott Bessent, se interessou pelo fato de que muitos dos atuais presidentes regionais foram contratados de fora das áreas do país que ostensivamente representam.

Os bancos regionais foram criados como parte de uma estrutura federalista destinada a compensar a influência dos centros políticos e financeiros do país em Washington e Nova York.

Os chefes dos bancos regionais, entretanto, agora dirigem organizações grandes e complexas, além de participarem dos debates sobre política monetária. Eles são selecionados por conselhos locais de diretores, geralmente após pesquisas nacionais de talentos que atraíram líderes do setor corporativo, acadêmico e do próprio Fed.

Embora Bessent tenha dito que sua recente sugestão de um requisito de residência não pretende ser aplicada retroativamente, foi uma rara intervenção de Washington no que normalmente, e principalmente, é uma escolha local.

A diretoria supervisiona os bancos regionais e alguns pareceres legais sugerem que os presidentes regionais podem ser demitidos à vontade por uma maioria da diretoria - fato que poderia expô-los a pressões sobre as decisões relativas aos juros. Atualmente, todos estão concorrendo a novos mandatos de cinco anos, com uma decisão sobre as renomeações prevista para o início do novo ano.

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