PUBLICIDADE

Fintech Ali fecha série A de R$ 135 mi liderada por BTG Pactual

Desde 2018, a Ali transacionou mais de R$ 200 milhões em operações de crédito consignado para mais de 200 empresas

27 set 2022 - 11h31
Compartilhar
Exibir comentários

A Ali, fintech que oferece crédito consignado para funcionários de empresas, recebeu um investimento de R$ 135 milhões entre equity e suporte para financiar o portfólio de clientes. A série A foi liderada pelo BoostLab, hub de negócios do BTG Pactual, com participação de um fundo de corporate venture capital ainda mantido em segredo.

Crédito
Crédito
Foto: Monstera/Pexels / Startups

O negócio foi criado por Bruno Reis com o apoio da Fisher Venture Builder, sócia da companhia desde a fundação em 2018. Desde a sua fundação, a Ali transacionou mais de R$ 200 milhões em operações de crédito consignado, além de atuar em crédito para financiamento solar. Já são mais de 200 empresas conveniadas, como Deloitte, Ernst & Young, Aço Cearense e Três Corações, e mais de 250 mil colaboradores impactados.

Com o caixa reforçado, a startup pretende expandir as áreas de produto, comercial, tecnologia e recursos humanos, investindo também na criação de novos projetos até o fim do ano. "Nosso principal objetivo é construir um produto que seja mais intuitivo e que possa ser usado de maneira recorrente", afirma Bruno. Com os avanços, a expectativa é levar a solução para 400 mil pessoas até o fim do ano, gerando uma economia em dívidas de aproximadamente R$ 200 milhões, e chegar a 1 milhão de clientes em 2023. A empresa também tem planos de aumentar a equipe para 170 pessoas no início do próximo ano.

Além do BTG Pactual e da Fisher, a empresa tem o apoio de investidores-anjo como José Acar, ex-presidente do Banco Pan e ex-vice-presidente executivo do Bradesco, e Jan Karsten, ex-managing director do Citibank e atual CEO da Brainvest. Segundo o fundador da Ali, o grande valor dos investidores está na expertise que eles possuem em produtos de crédito.  "Eles sabem do potencial que tem uma oferta focada em reduzir dívidas, frente ao crescimento desproporcional do nível de endividamento brasileiro. Além disso, podem nos ajudar a acessar empresas e novos fundos para tornar nossa operação mais barata e eficiente", diz Bruno.

O empreendedor acrescenta que os investidores-anjo ajudaram a companhia a fazer parcerias importantes com empresas de sistema de gestão de folha de pagamento. Os clientes das empresas parceiras possuem oferta de crédito da Ali, como no caso da LG Sistemas, especializada em soluções de tecnologia para gestão de RH do país. Inclusive, a parceria com empresas de folha de pagamento é a principal estratégia de escala da fintech hoje. Até o momento são 8 empresas, que juntas somam mais de 17 milhões de funcionários nos sistemas de processamento.

Outra estratégia é crescer com empresas de contabilidade. Por exemplo, a Omie, de ERP, oferece em conjunto com a Ali crédito consignado para seus clientes de contabilidade. "Também contamos com empresas que querem querem demonstrar sua responsabilidade social e de governança, porque mostramos a redução de dívidas gerada", completa Bruno.

Captando na crise

Com o aporte, a Ali nada contra a maré do ecossistema de startups, que no momento atual de aumento do juros enfrenta a redução do tamanho e quantidade dos cheques. "Não vimos a diminuição do interesse dos investidores, mas eles se tornaram mais seletivos. Estão olhando mais para detalhes de como a empresa entrega valor e gera resultados para o cliente final", analisa Bruno. Ele não diria que fechar a rodada ficou mais difícil, mas que os empreendedores precisam conversar mais com potenciais investidores. 

"Todas as vezes que eu apresentava a proposta, perguntavam se o serviço era para ser usado uma única vez ou de forma recorrente pelo cliente final", conta Bruno. "Se você tem um produto que só será utilizado uma vez, o mercado se tornou mais difícil. No caso da Ali, o uso recorrente, porque o cliente pode precisar várias vezes. Minha percepção é que o mercado continua tendo grande demanda para ofertas usadas de forma regular", acrescenta.

O mercado no Brasil

Segundo Bruno, o mercado de consignados privados tem um grande potencial no país. No 1º trimestre de 2022, o segmento atingiu a marca de R$ 26 bilhões em estoque de consignados privados em comparação com o estoque de R$ 292 bilhões de créditos pessoais sem garantias. A Ali afirma que todos os meses são originados mais de R$ 60 bilhões em créditos de alto custo, em linhas que não contam com qualquer tipo de garantia, desde créditos pessoais, cheque especial e parcelamento de cartões de crédito. 

Por meio do aplicativo Economizômetro, a Ali oferece a troca automatizada de dívidas mais caras, com o desconto direto na folha de pagamento. A plataforma realiza o levantamento automático de todas linhas de crédito tomadas pelo usuário, assim como os custos dessas linhas (mediante autorização formal) e faz o repagamento e troca desses créditos por uma operação com a Ali.

Na parte de economia no mercado de energia solar, a Ali tem uma parceria com a Ecori,  distribuidora de mercado em geração solar que oferece a soluçao de financiamento para seus clientes e parceiros de negócio.  A operação de crédito resulta em economia nos gastos com energia elétrica para consumidores residenciais, servindo a própria economia para repagamento do crédito. Essa frente é a que mais cresce na fintech, com crescimento de 20% ao mês desde 2021.

Startups
Compartilhar
Publicidade
Publicidade