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Ex-banqueiro perde fortuna e vive em um apartamento alugado em São Paulo

Edemar Cid Ferreira é ex-dono do Banco Santos

17 mai 2023 - 12h37
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Edemar Cid Ferreira afirma não ter mais nenhum bem físico em seu nome e viver às custas da ajuda dos três filhos
Edemar Cid Ferreira afirma não ter mais nenhum bem físico em seu nome e viver às custas da ajuda dos três filhos
Foto: Wesley Gonsalves/Estadão

Edemar Cid Ferreira, de 79 anos, já foi uma das pessoas mais ricas do Brasil. Fundador do Banco Santos, que faliu há quase 20 anos, o ex-banqueiro perdeu toda sua fortuna e hoje vive em um apartamento alugado em São Paulo. 

Segundo o Estadão, a residência atual do ex-empresário, que já teve uma mansão milionária com vista para o Jóquei Clube, no Morumbi, é de cerca de 300 metros quadrados e fica na capital paulista. 

Conhecido pela extravagância do seu mobiliário da antiga residência - que abrigava, por exemplo, uma mesa de jantar de 24 lugares avaliada em US$ 350 mil -, no apartamento atual, a decoração é bem mais modesta.

Edemar afirma não ter mais nenhum bem físico em seu nome e viver às custas da ajuda dos três filhos. "Meu patrimônio foi todo leiloado de forma muito rápida”, disse o ex-banqueiro.

Entenda o caso 

No início dos anos 2000, Edemar Cid Ferreira teve seu nome envolvido nos noticiários econômicos e policiais do País, com a decisão do Banco Central do Brasil, em 2005, de liquidar extrajudicialmente o patrimônio do empresário para pagar aproximadamente R$ 2,6 bilhões em passivos do Banco Santos.

À época, a autoridade monetária havia instituído Vânio Aguiar como interventor do banco. Após quase um ano trabalhando no caso, o interventor considerou a companhia “irrecuperável” e apta a iniciar o processo de falência. 

Com isso, vários imóveis comerciais, carros de luxo, uma enorme coleção de obras de arte, a casa no Morumbi e dois terrenos na Avenida Faria Lima, foram arrestados pelo Estado para pagamento de dívidas.

A famosa mansão no Morumbi chegou a ser avaliada em US$ 50 milhões. Em 2011, o empresário teve de obedecer a uma ordem de despejo e deixou o imóvel levando apenas um pijama

Prisão

Por causa do escândalo da falência, em 2006, Edemar e seu filho, Rodrigo Rodrigues de Cid Ferreira, foram presos pela Polícia Federal junto com outros dirigentes do banco. 

Conforme a decisão da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, pai e filho foram condenados a 21 e 16 anos de prisão, respectivamente, por crimes contra o sistema financeiro brasileiro, lavagem de dinheiro, crime organizado e formação de quadrilha.

Nove anos mais tarde, em 2015, a Justiça Federal anulou a fase de interrogatórios, e a sentença contra Edemar pela gestão fraudulenta no Banco Santos também foi anulada. Os desembargadores do caso decidiram que a fase de interrogatórios deveria ser refeita.

O ex-controlador do banco foi preso em duas ocasiões. Na mais longa, ficou três meses detido no presídio de segurança máxima de Tremembé, no interior de São Paulo. 

Dinheiro 

Diariamente, Edemar estuda os antigos processos judiciais para repensar a estratégia de defesa. Sem renda própria para pagar pela assessoria jurídica, Edemar conta que os advogados que o defendem no caso são “amigos” que trabalham de graça e que podem receber algo caso os processos vinguem no futuro. 

A tentativa da defesa é reaver parte dos ativos bloqueados pela Justiça para pagar credores do Banco Santos. “São aproximadamente R$ 12 bilhões que eu acredito que posso receber”, afirma ele. 

Enquanto não consegue os ativos aos quais diz ter direito, Edemar se prepara para outra tentativa de conseguir algum dinheiro em relação ao fim do antigo Banco Santos. O empresário deve ajuizar, nos próximos meses, um processo de pedido de indenização contra o Banco Central, com a acusação de que o processo de decretação da falência do Banco Santos teria sido irregular.

Fonte: Redação Terra
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