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Bancos privados suspendem operações de consignado do INSS após redução do limite de juros

16 mar 2023 - 18h13
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O Itaú Unibanco e o banco Pan suspenderam novas operações de empréstimo consignado a beneficiários do INSS, informaram as instituições nesta quinta-feira, após a redução no limite de juros nessa modalidade pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS).

Moedas de reais
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos
Moedas de reais 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Foto: Reuters

O CNPS definiu na segunda-feira o novo limite em 1,70% por mês, uma diminuição de 0,44 ponto percentual no índice autorizado para instituições financeiras realizarem operações com débito direto na folha de pagamento que contempla mais de 37 milhões de cidadãos, incluindo aposentados e pensionistas.

A mudança foi proposta pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com comunicado do Ministério da Previdência Social. Também foi aprovado teto de 2,62% para o cartão de crédito consignado, contra 3,06% do então valor percentual vigente.

Desde a posse em janeiro, Lula tem criticado sistematicamente o nível dos juros no país, que permanecem na máxima de seis anos de 13,75% ao ano desde setembro. O presidente tem alertado para uma iminente crise de crédito diante de um cenário que diz ser prejudicial ao crescimento econômico.

Citando a decisão do CNPS, o Pan, um dos principais players do mercado de consignado, afirmou em nota enviada à Reuters que "suspendeu temporariamente novas operações consignadas do INSS de empréstimo, cartão e cartão benefício".

O Itaú confirmou a decisão, sem dar mais detalhes.

Procurados pela Reuters, Bradesco e Santander Brasil não responderam de imediato.

A Febraban, principal entidade do setor, afirmou em nota que não houve qualquer decisão coletiva e que cada banco tem sua estratégia comercial de negócio na concessão de linhas de crédito.

"Os bancos que ofertam o consignado não reportaram à Febraban a suspensão da linha de consignado para aposentados do INSS", afirmou.

No começo da semana, a Febraban afirmara que, neste momento, considerando os altos custos de captação, "eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado".

Na terça-feira, após a decisão, os papéis do Pan chegaram a cair mais de 5%, com analistas citando que a notícia é negativa para o setor, mas que ele seria o mais afetado. O Bradesco BBI estimou um efeito negativo de 20,9% no lucro do banco, que é controlado pelo BTG Pactual.

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