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Caminhões sem retrovisores e elétricos são destaque da Fenatran

Montadoras apresentam até sexta-feira principais inovações, algumas delas não disponíveis ainda em carros de luxo

15 out 2019 - 04h11
(atualizado em 16/10/2019 às 12h02)
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Voltada a negócios, a Fenatran, maior feira do setor de transporte de cargas da América Latina, mostra as principais inovações tecnológicas para caminhões e vans, algumas ainda não disponíveis nem em carros de luxo.

Até sexta-feira, o evento aberto na segunda-feira, em São Paulo mostra veículos elétricos, autônomos, movidos a biometano e com elevado grau de conectividade, além de componentes e serviços voltados a melhorar desempenho, consumo e a segurança.

Um dos lançamentos é o novo Actros, da Mercedes-Benz, que eliminou os espelhos retrovisores. Na cabine, duas telas similares a de computadores permitem um campo de visão de alta definição e alcance de 2oo metros. Também tem alerta de pedestres. "Além de maior segurança ao motorista, o MirrorCan reduz o consumo de combustível em 0,5% a 1% por melhorar a aerodinâmica ao eliminar dois grandes espelhos", informa Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. O produto ainda não está disponível nem em automóveis de luxo.

O Actros, resultado de investimento de R$ 1,4 bilhão, será produzido em São Bernardo do Campo (SP). "Todas as novas tecnologias têm como finalidade aumentar a rentabilidade do negócio com mais eficiência por meio de redução de consumo, maior segurança e menos emissões", diz Schiemer.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus mostra o e-Delivery, primeiro veículo elétrico desenvolvido no Brasil e que será produzido na fábrica de Resende (RJ) a partir de 2020. A empresa já tem 1,6 mil encomendas, todas da Ambev. "Também lançamos o serviço de conectividade Rio, plataforma digital em nuvem", afirma Roberto Cortes, presidente da empresa. Entre os vários serviços está a contratação de seguro por viagem.

A Scania optou por caminhões movidos a GNL (gás natural liquefeito) e GNV (gás natural). Ambos também podem usar biometano (obtido de resíduos orgânicos). Os veículos emitem 15% menos CO2 em relação à versão a diesel, informa o diretor comercial Silvio Munhoz.

A Iveco apostou na conectividade de suas vans, com a incorporação de estação multimídia que, entre outras funções, permite o espelhamento do celular. Segundo o diretor de marketing, Thiago Carlucci, foram introduzidos itens de segurança, como o assistente de frenagem.

Reunião com o governador

Representantes de montadoras se reúnem na próxima semana com o governador João Doria (PSDB) para debater um projeto estadual de renovação da frota de caminhões. O convite foi feito ontem pelo próprio governador na abertura da Fenatran, feira de transporte de cargas que ocorre nesta semana em São Paulo. O tema já é antigo no setor e, até agora, não teve respaldo federal.

Um eventual programa para o Estado que concentra a maior frota veicular do País poderia incentivar outros Estados, e até mesmo o governo federal a seguir o caminho, acredita o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

Segundo ele, estudos indicam que há cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos rodando pelo País. "Há problemas ambientais (poluição), de segurança (acidentes) e ineficiência e tudo isso vai para o preço do produto transportado pago pelo consumidor."

A entidade prepara um estudo mais detalhado com base nas programas de renovação discutidos há quase 20 anos. Entre as medidas a serem sugeridas estão o fim da isenção de IPVA para veículos com mais de 20 anos - ainda que de forma escalonada -, programa de inspeção técnica veicular e programa de renovação da frota, "sempre tendo em conta o lado social dessas medidas", diz Moraes.

Na opinião de Moraes, eventuais subsídios governamentais para promover o programa, que teria como objetivo promover a troca de veículos velhos por mais novos, poderiam ser compensados com a redução de gastos públicos com saúde (para atender vítimas de acidentes e pessoas com problemas respiratórios em razão da poluição) e até mesmo perdas para a economia como um todo com engarrafamentos.

Estadão
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