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Black Friday 2020: vale a pena comprar pelo Instagram?

Possibilidade de fazer compras pelo aplicativo foi reforçada há poucos dias; veja vantagens e dicas para fazer bom uso da plataforma durante a Black Friday

18 nov 2020 - 14h08
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Na semana passada, os usuários do Instagram se depararam com uma novidade: a interface da página inicial do aplicativo. Entre as alterações, destaca-se a inserção da aba "Loja" na barra inferior do aplicativo - antes, o ícone comercial, presente na plataforma desde 2018, ficava 'escondido' na aba Explorar. A mudança acontece pouco antes da Black Friday 2020, no dia 27 de novembro, que promete ser a mais digital da história.

A consultoria Ebit Nielsen, por exemplo, apontou projeção de alta de 27% nas vendas no e-commerce na comparação com 2019, levando em consideração o período entre a quinta anterior e a sexta-feira.

Para o Instagram, a Black Friday deste ano se consolidará como a data comercial mais importante no Brasil, "ficando à frente até mesmo do Natal", diz comunicado enviado à imprensa.

Crescimento das compras pelo celular

De acordo com pesquisas conduzidas pelo Facebook, o celular se tornou o principal canal de pesquisa e de compras em 2020: 85% dos entrevistados afirmam que o mobile é a maneira mais fácil para descobrir novos produtos e serviços.

O resultado está relacionado diretamente aos efeitos da pandemia. Prova disso é o novo comportamento do consumidor: mais de 70% das pessoas mudaram os hábitos de compra e estão se preocupando mais com filas e multidões, enquanto 58% evitam mais aglomerações na temporada de compras de fim de ano, segundo o levantamento.

Social selling

De acordo com o professor de Marketing da FGV-EAESP Benjamin Rosenthal, o processo de compra pelas redes sociais, chamado de social selling, é uma forma de esses canais se tornarem não só redes de conteúdo, mas também plataformas de vendas.

"O Facebook e o Instagram, por exemplo, já têm um tráfego natural de pessoas. O desafio é transformar esse tráfego em potenciais consumidores de produtos, porque hoje eles são consumidores de informação, não de produtos", diz o professor, que crê que o modelo de social selling tem "um potencial gigantesco" de competir com os e-commerces tradicionais.

Aba 'Loja' do Instagram

Segundo o Instagram, a aba Loja (ou 'Shop') visa fortalecer a conexão da plataforma com marcas e criadores, e oferece a possibilidade de o usuário descobrir produtos e apoiar pequenas empresas. As transações não são realizadas dentro da plataforma, mas sim em um ambiente externo, acessado por meio de um link que a marca informar.

Black Friday: vale a pena comprar pelo Instagram?

Para Rosenthal, a iniciativa do Instagram é válida. "Imagine que o consumidor está navegando na rede e se depara com um produto de interesse. Se ele vir o ícone para comprar, achar um bom preço e ficar sensibilizado, por que não seguir adiante?"

Ele diz que o fato de o consumidor ter mais um canal de compra à disposição é bastante vantajoso. "Para o usuário, é interessante ter o máximo de canais possíveis, que sejam simples de resolver a vida dele", afirma.

Comprar pelo Instagram ou pelo e-commerce das varejistas tradicionais?

A escolha mais acertada de comprar em um ou em outro pode variar do produto, da oferta e até mesmo do tipo de consumidor. Para o professor, o e-commerce tradicional ainda leva vantagem em relação ao consumidor que está buscando há dias e comparando preços de um produto específico. "Mas há vários momentos de consumo. Um deles é quando você não precisa de um produto, mas você o vê na rede social e o desejo é despertado", aponta.

Ele acredita que o maior desafio do social selling é criar o hábito de compra no consumidor via redes sociais, uma vez que o modelo do e-commerce tradicional já está bastante difundido e facilitado.

Porém, se esse hábito for criado, as redes sociais podem ter uma vantagem competitiva, já que elas funcionam como redes de conteúdo no dia a dia e passarão a atuar, também, como redes de compras.

Quais cuidados o consumidor precisa ter ao comprar pelo Instagram?

Assim como no e-commerce tradicional, é aconselhável que o consumidor priorize por distribuidores reconhecidos. Caso contrário, Rosenthal recomenda que ele procure pela loja em sites de reputação e de avaliação, como o Reclame Aqui.

Em tempos de Black Friday, o cuidado deve ser redobrado, já que há quem aproveite a incidência de compras do período para aplicar golpes virtuais.

Na opinião do professor, a junção da plataforma com uma marca grande e reconhecida não gera perigo. "O grupo Facebook é muito grande, e acho que isso facilita a construção e a sensação de segurança para o consumidor. Ele parte do pressuposto de que essas redes têm cuidados muito grandes com o processo de pagamento, estoque e entrega", diz.

O próprio Instagram compartilhou algumas dicas para comprar com segurança:

  • prefira comprar de páginas ou perfis comerciais verificados e que contam com um selo azul depois do nome;
  • confira os comentários nas publicações e a data de criação da página ou do perfil comercial;
  • preste atenção a contas ou pessoas que direcionam a um site externo ou que exigem compartilhamentos ou dinheiro para obter um prêmio ou oferecer uma promoção;
  • desconfie de ofertas com preços muito abaixo dos valores médios no mercado;
  • nunca compartilhe senhas com terceiros e suspeite de contas que pedem para fornecer dados bancários e códigos de segurança de acesso a outros aplicativos, como o WhatsApp;
  • e tome cuidado com pessoas que sugerem transferir a conversa para um local fora das plataformas, como através de um e-mail diferente.
Estadão
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