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BC mantém juros básicos em 6,5% ao ano pela 3ª vez seguida

Manutenção da taxa Selic é a terceira consecutiva; decisão foi unânime e era largamente esperada por analistas do mercado

1 ago 2018 - 18h11
(atualizado às 18h38)
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Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre a cada 45 dias.
Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre a cada 45 dias.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

O Banco Central agiu de acordo com as expectativas do mercado e decidiu manter, por unanimidade, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 6,50% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 01. Esta é a terceira manutenção consecutiva da taxa após 12 cortes seguidos, realizados desde outubro de 2016.

Em meio a um cenário de atividade econômica fraca e nível de inflação baixo, a manutenção da taxa Selic em seu menor patamar histórico era amplamente esperada por especialistas. Entre os 62 agentes do mercado ouvidos pelo Projeções Broadcast, todos acreditavam que a instituição não alteraria a taxa de juros.

A grande maioria dos participantes também acredita que o Banco Central não deve aumentar a taxa Selic até o final de 2018. De 60 casas consultadas pela pesquisa, 53 acreditam que os juros seguirão estáveis até o fim deste ano. Apenas sete veem a taxa fechando 2018 entre 6,75% e 8,50%.

No entendimento dos economistas, a análise feita pelo BC no último Copom, em junho, estava na direção correta de que os efeitos da greve dos caminhoneiros sobre a inflação seriam temporários. Além disso, ainda que a atividade também tenha sido afetada pela paralisação, o cenário básico do Banco Central, de continuidade do processo de recuperação em ritmo mais gradual, também faz sentido.

"Há evidências de que a paralisação dos caminhoneiros resultou em pressão apenas temporária sobre os níveis de preços e que a depreciação do real não está gerando efeitos secundários relevantes até o momento", avaliou, em nota emitida antes da decisão, o Itaú Unibanco, que vê a Selic em 6,50% até o fim do ano.

Conforme o banco, "com o choque se dissipando, o que permanece como pano de fundo para o cenário de inflação é o ritmo de recuperação da economia, que se tornou mais lento após os acontecimentos recentes, em especial o aperto das condições financeiras."

O economista Calos Lopes, do Banco Votorantim, afirmou antes da decisão do Copom que condições macroeconômicas permitem a manutenção da Selic em 6,50%, com este nível prosseguindo até o fim do ano.

Segundo ele, como a paralisação nas estradas no fim de maio foi insuficiente para alterar substancialmente as expectativas para a inflação, não há motivos para o BC alterar o rumo do juro neste momento. "A greve dos caminhoneiros ajudou a elevar um pouco as estimativas para a inflação e a reduzir as projeções para a atividade, mas qualitativamente não alterou nada", afirma.

Estadão
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