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Bolsa e governo tentam resgatar mercado argentino

Terça, 05 de dezembro de 2000, 12h52min
A Bolsa de Valores de Buenos Aires, o Instituto Argentino de Mercado de Capitais e o governo argentino iniciaram uma verdadeira operação de resgate para evitar que o mercado de capitais do país caia de vez no abismo. A Comissão Nacional de Valores (a CVM argentina) reconhece que, apesar de rentável, o mercado argentino desaparecerá se não for feita alguma operação para desviá-lo do rumo que está tomando. Nos últimos dez anos, por exemplo, 109 companhias de capital aberto deixaram de ser listadas na Bolsa de Buenos Aires e, das 650 empresas que negociavam suas ações no início da década de 90, restam apenas 124.

As empresas recentemente privatizadas, que no início da década de 90 sustentava a principal bolsa argentina, praticamente desapareceram e os investidores optaram por mercados com maior liquidez, como os de Nova York, Frankfurt e Tóquio. Em menos de um ano, o índice Merval da Bolsa de Buenos Aires perdeu papéis da YPF (quando se transformou em Repsol-YPF) do Banco Rio (hoje em mãos do Banco Santader Central Hispano), da Telefónica Argentina (agora sob controle total do Grupo Telefónica) e da argentina Pérez Companc. Os papéis dessas companhias são hoje negociados em Madri ou em Wall Street.

No ano passado, o volume negociado na Bolsa de Buenos Aires somou apenas US$ 691 milhões, enquanto que em ADRs os negócios alcançaram US$ 1,49 bilhão. De acordo com a CNV, os investidores estão pouco interessados onde operar ou onde são negociadas as ações das companhias. O que todos buscam é pagar a menor comissão possível. O custo para operar com ADRs na Argentina, por exemplo, é de US$ 0,38, já em Nova York não passa de US$ 0,05. Além disso, as empresas listadas em Wall Street têm financiamentos com custos bem menores. Um informe do Banco Mundial (Bird) mostra que, entre 1989 e 1999, 122 empresas da Argentina, Brasil e México abriram seu capital em Wall Street. Hoje, cerca de 104 empresas da região tem ADRs negociadas na Bolsa de Nova York e 254 na Nasdaq.

Mas o cenário negro no mercado de capitais do país não termina aí. Na Argentina, apenas 26% das empresas que faturam mais de US$ 500 milhões são cotadas em bolsa. Das companhias que faturam entre US$ 50 milhões e US$ 500 milhões, apenas 10% tem suas ações no mercado de capitais. De acordo com dados da McKinsey, o porcentual de capitalização na Argentina em relação ao PIB não passa de 28% (US$ 84 bilhões, considerando um PIB de US$ 300 bilhões), enquanto que no Brasil e no México essa capitalização oscila entre 42% e 44% do PIB. Porcentuais que perdem de longe para Londres (234%) e Nova York (210%).

O processo parece irreversível, mas o governo argentino, a Bolsa de Buenos Aires e Instituto de Mercado de Capitais acreditam o contrário e estão dispostos a tirar o mercado argentino do buraco. Há mais de um mês, o secretário de Finanças Daniel Marx, vem elaborando um plano que permita transformar a Bolsa argentina em um mercado mais competitivo, que permita atrair maiores volumes de negócios. Neste período de crise política e econômica, por exemplo, o volume negociado na Bolsa de Buenos Aires tem oscilado entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões por dia.

Marx quer concluir o projeto de reestruturação do mercado até o final do primeiro trimestre de 2001. Entre as medias estão o estabelecimento de novos mecanismos de liquidação e compensação de títulos. Devem ser colocadas em prática também iniciativas que permitam promover a difusão do mercado de capitais e a participação dos minoritários. Para isso, já foi lançado o site (poupar em espanhol). Marx quer também a integração da principal bolsa argentina com as bolsas dos mercados do Interior. Espera-se também a criação de uma rede de liquidação internacional.

O secretário acredita que é necessário dar maior segurança jurídica aos investidores e melhor infra-estrutura ao mercado de capitais, além de uma maior transparência. "Os movimentos de capitais são cada vez maiores, têm menos barreiras e custam menos. Por isso, muitos dos que usam o mercado conseguem, algumas vezes, satisfazer as suas necessidades, tanto vendendo como comprando títulos fora da Argentina", analisa Marx.

O secretário acredita que a Argentina precisa de um modelo de mercado eficiente, barato e com boa relação custo/benefício para os investidores. "O que estamos buscando é montar um sistema que nos conecte ao mundo", diz.

Ontem (04), durante um longo seminário sobre mercado de capitais realizado na Embaixada do Brasil, os argentinos elogiaram muito o modelo adotado no País e a legislação brasileira.

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Agência Estado

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