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'Wicked' vê busca por ingressos de peça em SP duplicar após filme: 'Pessoas vêm assistir 30 vezes'

Fabi Bang e Myra Ruiz voltam a estrelar nova versão nesta quinta, 20. 'Tenho que subir o Monte Everest nos próximos meses', diz Myra, que vive Elphaba, 'o papel mais difícil da Broadway'

16 mar 2025 - 09h11
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Não é arriscado dizer que Wicked é o maior fenômeno da Broadway na atualidade. A história de Elphaba e Glinda, a Bruxa Má do Oeste e a Bruxa Boa do Norte, as notas altíssimas alcançadas pelas protagonistas, as músicas cativantes e os figurinos verde e rosa fazem os olhos de fãs brilharem desde a estreia nos EUA, em 2003.

De lá para cá, muita coisa mudou: os tempos são outros, a mensagem ganhou um novo significado, o texto virou um filme vencedor do Oscar e o Brasil já recebeu três versões diferentes do musical nos palcos. Na verdade, o País é o único no mundo a assistir tantas versões de Wicked.

Myra Ruiz interpreta Elphaba em 'Wicked'.
Myra Ruiz interpreta Elphaba em 'Wicked'.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

O espetáculo volta a tomar conta do Teatro Renault na próxima quinta, 20. Fabi Bang e Myra Ruiz retornam como as protagonistas, mas com novo fôlego: acabaram de dublar as personagens em Wicked (2024), filme estrelado por Ariana Grande e Cynthia Erivo.

"O filme me inspirou de novo e trouxe certas camadas novas", comenta Myra, que vive Elphaba, a bruxa verde. "É como se eu estivesse assistindo a mim mesma sem ser eu mesma. [...] Eu consigo ver possibilidades e maneiras de interpretar que são novas para mim, então eu considero quase como um presente", diz Fabi, que interpreta Glinda, a bruxa que se veste de rosa.

A história é baseada no romance homônimo de Gregory Maguire e é um prelúdio da clássica história de Dorothy, de O Mágico de Oz. A trama é uma verdadeira surpresa ao mostrar o que levou Elphaba a se tornar a Bruxa Má do Oeste e o que levou Glinda a ser chamada de Bruxa Boa do Norte.

Sucesso explosivo

Se Wicked já era um sucesso antes de chegar às telas de cinema, o fôlego arrematado pela produção vencedora do Oscar de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção foi expressivo. O que mais impressiona é que o longa narrou apenas o primeiro ato do musical - um segundo filme, Wicked: For Good, será lançado em novembro.

Segundo Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium de Cultura, a temporada de 2023, a última vez em que a peça foi apresentada na capital paulista, teve 40 mil ingressos vendidos antecipadamente. Neste ano, já são quase 80 mil.

Fabi Bang interpreta Glinda em 'Wicked'.
Fabi Bang interpreta Glinda em 'Wicked'.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

Há até fãs que já compraram 30 entradas para tentarem a sorte em um programa de fidelidade do musical - que, vale dizer, ainda não foi lançado. Trinta carimbos significam prêmios, uma chance de tirar foto com os personagens e, é claro, assistir a Wicked inúmeras vezes. "Eles vêm 30 vezes assistir ao espetáculo", destaca Carlos.

"Podemos fazer Wicked no ano 3000 e vai ter algum tipo de comoção social para justificar a existência do show", comenta Ronny Dutra, diretor da versão de 2025 do musical no Brasil. O diretor, que mantém uma relação de proximidade com Stephen Schwartz, criador da música e das letras do espetáculo original, é uma das grandes novidades do ano.

Com ele, o espetáculo ganhou novas cenas, novos figurinos e até uma nova maquiagem. "Eu disse que só faria Wicked novamente e tão próximo à última temporada se pudéssemos oferecer ao público um espetáculo novo. E estamos fazendo isso. [...] Como o Rony é muito próximo do Stephen Schwartz, então você tem uma versão muito fiel ao texto e muito fiel também às referências", afirma Carlos.

Será o filme no palco?

Questionado sobre como lidar com os novos fãs que podem esperar ver uma versão do filme no Teatro Renault, Ronny assegura: "Eles não vão". "O filme é o filme. E a peça é a peça. Eles vão ver algo diferente", diz.

Carlos detalha que a decisão de voltar com uma nova temporada de Wicked a São Paulo veio seis meses antes da estreia do longa. E Rony conta ter apresentado sua versão do espetáculo a Stephen antes mesmo de assistir à produção. Acabou que, na verdade, muitas coisas bateram.

"Muitas coisas as pessoas vão falar: 'Veio do filme'", diz. "Veio e não veio, porque isso veio com a mesma mentalidade que o Jon [M. Chu, diretor de Wicked] trouxe para o filme, que é uma mentalidade que eu acho condizente com o que está acontecendo [socialmente] agora."

Ronny Dutra, diretor de 'Wicked'.
Ronny Dutra, diretor de 'Wicked'.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

O diretor conta ter se emocionado com a cena em que Elphaba e Glinda dançam em um baile. Na ocasião, Glinda se une à bruxa verde após Elphaba ser humilhada na universidade em que ambas estudam.

"As pessoas vão se identificar com essa nova visão. Ou porque é a visão do mundo atual, ou porque é uma visão parecida com a do filme. E as duas coisas conversam", afirma ele. Para Rony, inclusive, é importante que os fãs assistam à versão no palco e emitam opiniões sobre as mudanças.

"Eu espero que o público venha a rodo e grite quando tiver que gritar. E chore quando tiver que chorar. E gargalhe quando tiver que gargalhar. E reclame quando tiver que reclamar. Porque a gente tem que ter uma opinião", diz.

Glinda e Elphaba da vida real

Myra e Fabi têm suas histórias no teatro musical misturadas com as histórias de Elphaba e Glinda. As personagens as acompanham há quase uma década - a primeira versão, já com elas, estreou no Brasil em 2016 - e fizeram com que as duas desenvolvessem uma forte amizade fora dos palcos.

Segundo Fabi, a parceria, na verdade, surgiu de um acordo entre as duas: em um ambiente que favorece a rivalidade feminina como é o teatro musical, as duas se ajudariam, mesmo que não houvesse afinidade entre elas. "Quando eu olho para ela em cena e eu sei que ela brilha, em vez de eu tentar puxar o foco para mim, eu tento jogar o holofote nela", diz.

'Wicked' estreia nesta quinta, 20, no Teatro Renault.
'Wicked' estreia nesta quinta, 20, no Teatro Renault.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

Myra, que chega a voar no palco como Elphaba, detalha estar mais tranquila para interpretar a personagem pela terceira vez. "É o papel mais difícil da Broadway, não tem discussão. O outro que dizem que é o mais difícil é Evita e eu já fiz os dois. Evita é 'fichinha' perto da Elphaba", comenta.

As duas contam que, com a maturidade, passaram a desenvolver mais as personagens. Myra diz se identificar com a fase em que a bruxa verde afirma que "nunca mais fará o bem". "É aquele momento que toda mulher passa: quando estamos cansadas de tentar, batemos com a cara na parede, somos mal interpretadas", reflete.

É unânime entre a equipe: o grande poder de Wicked não está apenas nas músicas, nos efeitos visuais e no figurino colorido. Está na capacidade de todos se identificarem com Elphaba e Glinda.

Carlos considera que "Wicked é uma trama sobre fake news" - e também é fácil relacionar os problemas da história com os problemas atuais. "É uma história universal e um conto de fadas. É por isso que Wicked tem um futuro brilhante. E vamos ver isso hoje e ainda muitos anos", diz.

Serviço - 'Wicked' em São Paulo

  • Sessões: Quartas a sextas, 20h; sábados e domingos, 15h e 19h30.
  • Temporada: a partir de 20/3
  • Endereço: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411, República
  • Classificação indicativa: Livre. Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. A determinação da classificação etária poderá a qualquer momento ser alterada pelo Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de São Paulo - SP. De 3 até 12 anos, o pagamento do assento é no valor da meia-entrada. Necessária a apresentação de documento oficial com foto.
Estadão
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