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'Whitewashing': relembre críticas à escolha de atores com pele mais clara que seus personagens

Anúncio de Gal Gadot para viver Cleópatra gerou polêmica recentemente; veja outros casos que chamaram atenção em filmes

15 out 2020 - 20h59
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O termo whitewashing, que se refere ao embranquecimento de personagens de outras etnias, trouxe uma crescente discussão na escolha do elenco dos filmes de Hollywood nos últimos anos.

Recentemente, por exemplo, o anúncio de que a atriz israelense Gal Gadot fará o o papel de Cleópatra, uma rainha africana, rendeu críticas. Relembre abaixo este e outros casos marcantes de atores que deram vida a personagens de outras etnias no cinema e foram criticados por isso.

Gal Gadot e Elizabeth Taylor como Cleópatra

"Hollywood sempre escala atrizes americanas brancas como a Rainha do Nilo. Pelo menos uma vez, eles não conseguem encontrar uma atriz africana?", tuitou o autor James Hall, em referência também a Elizabeth Taylor , que interpretou a personagem no clássico de 1963, Cleópatra.

Gérard Depardieu como Alexandre Dumas

Em 2010, o ator Gérard Depardieu, branco, loiro e de olhos azuis, teve sua pele escurecida e usou uma peruca para interpretar Alexandre Dumas, que era negro, no filme L'Autre Dumas, de 2010. Ativistas do movimento negro consideraram a escolha como um "insulto", mas Frank Le Wita, produtor do longa, afirmou que a escolha se deu por conta da "vivacidade" de Depardieu.

Em vida, Dumas referia à sua própria pessoa como "um negro" e era neto de um ex-escravo haitiano. Ele também era constantemente alvo de comentários ofensivos por conta de suas feições. Seu pai foi um general do Exército francês no século 19. para conhecer mais sobre a obra e vida do autor.

Taís Araújo como Joana D'arc

Taís Araújo e a cientista Joana D'Arc Felix de Souza
Taís Araújo e a cientista Joana D'Arc Felix de Souza
Foto: Ellen Soares / Globo / Divulgação | Alex Silva / Estadão / Estadão

Em maio de 2019, a atriz Taís Araújo desistiu de interpretar a química brasileira Joana D'Arc Felix de Souza em um filme que a traria como protagonista pelo fato de seu tom de pele ser mais claro que o da cientista.

"Achei as críticas justas. Pensei: 'Como uma pessoa que trabalha com isso, como eu, não estava alerta? Eles estão absolutamente certos'. Eu reflito o tempo inteiro sobre inclusão, representatividade e importância de todo mundo participar do mercado", contou a atriz, em entrevista ao jornal O Globo.

Posteriormente, uma reportagem do Estadão demonstrou que o diploma da química em Harvard era falso, apontando também outras inconsistências em seu currículo ( para ler mais), o que atrapalhou o desenvolvimento do filme.

Zoe Saldana como Nina Simone

Zoe Saldana e o RLJ Entertainment, estúdio que produziu o filme Nina, sobre a vida da cantora Nina Simone, receberam inúmeras críticas pela maquiagem usada para criar uma pele mais escura e pelo uso de uma prótese no nariz da atriz para as gravações.

O fundador e presidente do conselho da RLJ Entertainment, Robert L. Johnson , disse que Saldana, que tem heranças étnicas de Porto Rico e República Dominicana, não deveria ser julgada pela cor de sua pele, mas por sua performance.

Em agosto de 2020, quatro anos após o lançamento, ela revelou arrependimento por ter aceitado o papel: "Eu nunca deveria ter interpretado Nina. Eu deveria ter tentado tudo o que estava ao meu alcance para escolherem uma mulher negra para interpretar uma mulher negra excepcionalmente perfeita".

Scarlett Johansson como Motoko Kusanagi

No filme A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell, Scarlett Johansson interpretou a protagonista Motoko Kusanagi. À época diversas críticas foram feitas por conta da escolha de uma atriz sem traços orientais para o papel.

Whitewashing em novelas

Críticas parecidas foram feitas em novelas recentes. Entre elas, Segundo Sol, novela das 8 da Globo que se passava na Bahia e trazia poucos atores negros no elenco, especialmente entre os protagonistas.

Na ocasião, o Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho, enviou à Rede Globo uma notificação recomendando à emissora a devida representação racial na novela.

Já em Sol Nascente, a escolha de Luís Melo e Giovanna Antonelli como protagonistas de uma família nipônica também gerou controvérsia. A polêmica originou um movimento pedindo uma maior representatividade de artistas nipônicos na TV e no cinema.

Estadão
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