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Rosi Campos não consegue deixar de interpretar matriarcas

31 mar 2010 - 15h31
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Arcângela Mota
Direto do Rio

Rosi Campos é conhecida pelos muitos papéis cômicos que já interpretou. Agora, aos 58 anos de idade, a atriz de rosto expressivo e postura rígida está se acostumando a ver sua imagem associada a mais um tipo: o de mãezona.

No ar em Cama de Gato, Rosi interpreta a divertida Genoveva, uma matriarca suburbana mãe de Taís, de Heloísa Perissé, e dona da agitada pensão do bairro da Glória. "Ela é um tipo de mãezona que se encontra em qualquer lugar. O trabalho foi apenas de observação. Mais uma mãe engraçada para a minha galeria", brincou a atriz, que em 2004 fez sucesso na pele da lutadora de boxe Mamuska de Da Cor do Pecado. E Rosi não hesita em afirmar que a lutadora foi um marco em sua carreira na TV. "Foi o meu melhor papel. Ela tinha uma carga cômica e ao mesmo tempo dramática que poucas vezes pude explorar", elogiou.

Em Cama de Gato, a Genoveva tem várias características em comum com a Mamuska, sua personagem em Da Cor do Pecado, de 2004. Você chegou a se preocupar com essas semelhanças?

Elas têm, sim, alguns traços em comum, mas estão em contextos muito diferentes. A Mamuska tinha cinco filhos, fazia parte de uma família bem fora do normal, baseada em histórias em quadrinhos. Já a Genoveva é um tipo mais comum. Ela comanda uma pensão que é uma bagunça. Eu diria que é um núcleo da bagunça. Já no caso da Mamuska existiam dois lados. Um mais sério, voltado para a parte materna e para a relação dramática com um dos filhos, e outro mais divertido. Mas a gente de faz tudo. Alegria, tristeza, o que vier.

Você fala com muita empolgação da Mamuska. O que ela representou na sua carreira?

Ela foi a personagem que mais me envolveu. Primeiro porque a gente gravava muito. Eram cerca de 25 cenas por dia, tinha de fazer luta, coreografar, era tudo muito intenso. E a novela foi um sucesso muito grande. Até hoje as pessoas me chamam de Mamuska. Foi o melhor papel que fiz na tevê. Novela é algo louco porque às vezes um núcleo vai super bem enquanto a própria novela não vai, ou vice-versa. E Da Cor do Pecado foi um todo. Cama de Gato também tem sido. É uma novela de sucesso, que funcionou, e é bom fazer parte disso.

Em 20 anos de carreira na TV, a maioria dos seus personagens foram cômicos. Você não tem vontade de fazer mais papéis dramáticos?

Não tenho vontade de nada. Tenho que trabalhar, já que nesse país ninguém dá valor a nada. Simplesmente calhou de eu fazer mais comédia na tevê, assim como no teatro faço mais musicais. Mas confesso que interpretar uma vilã seria legal. Fazer vilã é sempre bom porque ela agrada mais do que os mocinhos, que sofrem o tempo inteiro. Todo mundo adora. Na tevê sempre me deram mais papéis puxando para a comédia, então a gente aproveita e faz. Foi um caminho trilhado naturalmente, e não algo que eu tenha procurado.

Sua trajetória é muito ligada ao teatro, onde você já fez parte de muitos grupos e recebeu vários prêmios. Como surgiu o interesse pela tevê?

Nunca tive esse interesse todo em trabalhar na Globo. Eu fazia muito teatro, então ficava sempre em São Paulo. Em 1990, fiz a novela Brasileiros e Brasileiras, no SBT. Depois, o Wolf Maya, que já me conhecia do teatro, me convidou para fazer Cara e Coroa, da Globo, em 1995. Aí continuei e todo ano fui trabalhando. O bom é que já trabalhei com quase todos os diretores. Sou muito grata ao Wolf porque foi ele que me trouxe para a Globo. É importante para um ator fazer TV. Para quem faz teatro, é difícil se adequar por ser uma linguagem muito diferente. Televisão é um conjunto que ainda me surpreende, mesmo depois desse tempo todo.

Você é formada em Jornalismo, mas trabalha como atriz, produtora e diretora. Em algum momento pensou em focar em apenas uma dessas áreas?

Gosto de tudo. Não priorizo nada. Comecei a fazer teatro dentro da faculdade de Jornalismo. Na verdade, eu queria cursar Cinema. Mas, naquela época, em 1974, cinema era sinônimo de pornochanchada. Os pais não queriam que os filhos fizessem. Então decidi cursar Jornalismo, que era mais aceitável. Cheguei a trabalhar cinco anos em uma assessoria, mas o teatro foi me absorvendo. No Brasil, você tem de se produzir ou então fica à mercê esperando trabalhos que, às vezes, não batem. Produzir é mais difícil porque é chato, tem de organizar uma série de coisas. É um inferno. O legal na tevê é chegar e ver tudo pronto, lindo.

Cama de Gato - Globo - Segunda a sábado, às 18h.

Rosi Campos
Rosi Campos
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / Divulgação
Fonte: TV Press
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