Regina Casé responde a críticos do 'Esquenta': "preconceito"
Apresentadora se defende das críticas que recebe por seu atual programa e afirma que, em geral, audiência da atração tem sido muito boa
Um programa de sucesso também recebe críticas. E no caso do Esquenta, apresentado por Regina Casé todo domingo, elas não são poucas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, há um grupo que dissemina nas redes sociais a retirada da atração do ar no Estado e a sua substituição pelo Galpão Crioulo, um programa sobre tradições locais.
“Não sabia, não tinha visto isso. A gente convida todo mundo. Já vieram muitos do CTG (Centro de Tradições Gaúchas), fizemos até um churrasco no ar. Eles estão convidados para participar também. E o Ibope em Porto Alegre é ótimo, muito bom mesmo. Num programa a gente chamou o Yamandu (Costa, violonista). Claro que o programa é muito carioca. Mas o Ibope lá é ótimo, às vezes melhor que no nordeste e São Paulo. Eles são uma minoria”, rebateu Regina.
A apresentadora também lembrou que muitas vezes recebe mensagens nas redes sociais. “Volta e meia tem um pessoal que fala assim: ‘vocês acham que a Regina gosta de pobre? Ela mora em bairro chique’. Eu nasci em Copacabana, onde morei minha vida inteira, depois fui pra Gávea e agora estou no Leblon. Estes dias postei uma foto em Paris e disseram “tá vendo?”. Eu gosto dos lugares mais lindos. Se tiver rolando uma festa demais na favela, eu vou. A base disso está no preconceito. Como se existisse um lugar para pobre favelado e outro para o rico.”
Regina falou ainda que a ideia não é fazer do Esquenta um “programa de gueto”. “O gueto teve que se firmar como gueto porque ele era vítima da exclusão. Ele teve que usar ests linguagem, porque não tinha outra. No momento que você abre um atalho, uma possibilidade de comunicação entre esses dois mundos, imediatamente o gueto deixa de ser gueto. O que o Esquenta quer é juntar. Tudo junto e misturado.”
Ela disse ainda que o Esquenta tem mais essa característica do que os programas anteriores que apresentou, como o Brasil Legal, o Programa Legal e o Minha Periferia. “Eu não falo comunidade, eu falo favela. Porque favela vem carregada com a história das pessoas. A própria favela já traz isso. Comunidade me lembra logo comunidade carente, que é um termo terrível. No Brasil Legal e no Programa Legal a gente ia muito para as favelas. Assim como no Minha Periferia. E mostrava tudo de positivo, porque a gente sabe que a mídia só entra para mostrar quando tá ruim. Agora eu sinto muita falta”, contou.
“O maior medo que a gente tinha do Esquenta era vir pro estúdio, porque toda a galera é formada na rua. Mas as pessoas vieram. E ficou mais antigueto. Porque se eu ia numa favela só tinha gente de uma facção. Aqui há pessoas dos lugares mais variados do Brasil, pessoas das favelas e dos colégios mais caros. E é todo mundo bem recebido.”