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Pelé: relembre a carreira do craque como ator em filmes e novelas

Jogador fez diversos papéis na TV e no cinema entre as décadas de 1960 e 1980; assista trechos em vídeo

23 out 2020 - 08h11
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Pelé, o 'rei do futebol', comemora seu aniversário de 80 anos de idade nesta sexta-feira, 23 de outubro. O Estadão relembra o 'lado ator' do ídolo do Santos e da seleção brasileira, que se aventurou por diversos filmes e novelas na TV e no cinema desde a época em que ainda era jogador profissional.

Os Estranhos (1969)

Em 11 março de 1969 foi ao ar o primeiro capítulo da novela Os Estranhos, estreia de Pelé como ator em um folhetim, na TV Excelsior.

O craque dava vida a Plínio Pompeu, autor de dois best-sellers sobre contos policiais. Na trama, era um grande amigo de Daniel, personagem vivido por Stênio Garcia. Além dos 'terráqueos', a história também contava com extraterrestres vindos do 'planeta Gama Y-12'.

"Esta será uma nova experiência em minha vida. Sempre gostei do ambiente e, o que é principal, acho que não encontrarei dificuldades na adapação", contava Pelé ao Estadão.

"Pensamos muito e organizamos a novela, procurando dar todas as garantias de sucesso a Pelé. Seu prestígio é muito grande para permitirmos que ele caia por terra com a novela. Pelé é desinibido e tenho certeza que tudo sairá bem", opinou um diretor na ocasião.

À época, ainda era jogador profissional do Santos. Outros nomes conhecidos também constavam no elenco da produção: Regina Duarte, Fernanda Montenegro, Osmar Prado, Rosamaria Murtinho e Gianfrancesco Guarnieri.

O Barão Otelo no Barato dos Bilhões (1971)

Pelé como ator no filme 'O Barão Otelo no Barato dos Bilhões'
Pelé como ator no filme 'O Barão Otelo no Barato dos Bilhões'
Foto: Reprodução de 'O Barão Otelo no Barato dos Bilhões' (1971) / Estadão

No filme de Grande Otelo, o jogador aparece como um dono de banco, o Dr. Arantes (também chamado como Dr. Pelé) e ouve o pedido do protagonista para um empréstimo com intenção de "investir na loteria".

Pelé ouve a proposta, e cede até mais dinheiro do que o pedido inicialmente por Otelo. Assista ao trecho com participação de Pelé no vídeo abaixo (a partir de 42 minutos).

A Marcha (1972)

A história se passava entre novembro de 1887 e março de 1888, com a disputa entre defensores e críticos da abolição da escravatura no Brasil.

Pelé como Chico Bondade em cena do filme 'A Marcha', de 1972  
Pelé como Chico Bondade em cena do filme 'A Marcha', de 1972
Foto: Reprodução de 'A Marcha' (1972) | YouTube / @GEPAC Grupo Artes do Corpo UEFS / Estadão

Protagonizado por Paulo Goulart e Nicette Bruno, chamou atenção no longa a atuação de Pelé como Chico Bondade, ex-escravo alforriado que lutava pela emancipação de outros negros.

O filme A Marcha foi inspirado no romance de Afonso Schmidt, o que levou a uma disputa judicial às vésperas de seu lançamento, em 1972, já que a família do escritor sentiu-se lesada em relação aos direitos autorais. O diretor Osvaldo Sampaio, então, entrou com um mandado da Justiça para a estreia.

Os Trombadinhas (1979)

"Você... Você é o Pelé?". "Não. Eu sou o Jô Soares, sua piranha!". A sequência bizarra de diálogos viralizou e se tornou um meme do qual a maior parte das pessoas não sabe a origem - justamente o filme Os Trombadinhas.

Nele, Pelé ajuda a polícia e um empresário a lidar com garotos pobres que vivem na rua. Além de ser um dos protagonistas, o craque ainda aparece nos créditos como responsável pela história e um dos co-produtores, além de ter sua música Moleque Danado como parte da trilha sonora do longa.

Os Trombadinhas foi lançado em 1979, sendo o último filme dirigido por Anselmo Duarte. Na mesma época, houve a dublagem do episódio de Chaves em que o personagem mexicano vai ao cinema e diz que "teria sido melhor ir ver o filme do Pelé", em referência ao longa (no original, a referência é feita ao filme El Chanfle).

Fuga para a Vitória (1981)

No longa dirigido por John Huston, Pelé contracena com Sylvester Stallone, Michael Caine, Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Kazimierz Deyna, entre outros, em um jogo de futebol entre a seleção nazista e um combinado de prisioneiros da Segunda Guerra Mundial.

Consta que a ideia original do diretor era que o personagem de Sylvester Stallone, um goleiro, saísse com a bola de sua área, driblasse todo o time adversário e marcasse o gol que garantiria a liberdade de seus companheiros. Pelé, porém, vetou a cena, convencendo Huston de que ficaria muito inverossímil.

"O John vivia me dizendo para relaxar. Eu tinha fome de gol no set, como se fosse um jogo de verdade", relembrou em conversa com o Estadão em maio de 2005.

Ele também criticou a postura de Stallone quando seu segurança cubano sentou em uma cadeira do astro. "No Brasil, somos muito mais democráticos", opinava, sobre a hierarquização das produções de Hollywood.

Durante as gravações, na Hungria, o brasileiro, que no filme vivia Luis Fernandez, um atleta de Trinidad e Tobago, relatou uma situação curiosa, conforme consta no Estadão de 14 de abril de 1991.

"Num intervalo do trabalho, foi com os atores Michael Caine, Max von Sydow e Sylvester Stallone tomar café fora do set de filmagem. De repente, viu-se cercado por uma multidão. Diante da luz de Pelé, Caine, Sydow e Stallone foram reduzidos a uma mera 'trinca de Zés'".

A Vitória do Mais Fraco (1983)

Em A Vitória do Mais Fraco (A Minor Miracle, no título original), Pelé contracena com diversas crianças como treinador de um grupo de meninos órfãos, que são protegidos por um padre, interpretado por John Huston (com quem havia trabalhado pouco antes em Fuga Para Vitória), para jogar futebol.

Assista a uma das cenas de Pelé no filme (a partir de 55min46s).

Hot Shot (1986)

Em Hot Shot, o jovem Jimmy almeja se tornar um grande jogador de futebol nos Estados Unidos e, para isso, busca os conselhos do melhor jogador da história, que há anos anda afastado do futebol, personagem vivido por Pelé.

Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986)

Em junho de 1986, Pelé participou do conhecido longa dos Trapalhões que reuniu o quarteto Renato Aragão (Cardeal), Dedé Santana (Élvis), Mussum (Fumê) e Zacarias (Tremoço), além da jovam Luiza Brunet (Aninha).

O ex-atleta vivia Nascimento, jornalista que cobria futebol e se preocupava com os rumos do Independência, time de futebol do qual Cardeal era o técnico.

Após uma série de acontecimentos, porém, os dois acabam entrando em campo em um jogo decisivo no Maracanã. É em Os Trapalhões e o Rei do Futebol que Renato Aragão faz um gol de cabeça após escanteio batido por ele próprio, por exemplo.

Além do filme, o jogador também fez outras participações especiais em programas do grupo de humor.

Pedro Mico (1988)

No filme de Ipojuca Pontes inspirado na peça teatral de Antônio Callado, Pelé deu vida ao protagonista Pedro Mico, um malandro dos morros cariocas que foge da polícia.

Em São Paulo, o filme estreou em três cinemas. Em um deles, vendeu somente quatro ingressos no primeiro dia de exibição.

Em outubro de 1984, Pelé foi ao Rio de Janeiro, onde ficou hospedado na casa do empresário Alfredo Saad, em Copacabana, durante o período de filmagens. Na ocasião, relembrou os 10 anos de sua primeira aposentadoria e falou sobre planos para o futuro em entrevista ao Estadão.

"Não pretendo voltar ao Brasil. Vou continuar viajando e promovendo a minha empresa e o futebol nos Estados Unidos para crianças. Ao lado disso, também tenho muitos planos, como continuar fazendo cinema e defendendo a raça negra", disse, à época.

Outras participações de Pelé na TV

Família Trapo (1967)

Mesmo interpretando a si mesmo, Pelé entrou no clima do clássico humorístico e contracenou com Ronald Golias, Jô Soares, Ricardo Corte Real, Otello Zeloni e Renata Fronzi em episódio gravado no dia 10 de novembro de 1967. Nele, era cotado para substituir o personagem Bronco no time do bairro e recebia uma 'aula' de futebol por parte de Golias.

para ler mais sobre a gravação de Pelé na Família Trapo. Atualmente, a íntegra do episódio está disponível para assistir no YouTube.

História de Amor (1996)

?Em uma mistura de realidade e ficção, Pelé participou da novela como ministro do esporte do governo Fernando Henrique Cardoso, cargo que ocupava na vida real, à época.

Ele era entrevistado pelo personagem Assunção (Nuno Leal Maia), jornalista e apresentador de TV que sofria um acidente e ficava paraplégico durante a trama de História de Amor. O tema era o incentivo ao paradesporto brasileiro. para assistir à cena.

Pelé em cena da novela 'História de Amor' ao lado de Nuno Leal Maia
Pelé em cena da novela 'História de Amor' ao lado de Nuno Leal Maia
Foto: Reprodução de 'História de Amor' (1996) / Globo / Estadão

O Clone (2002)

Pelé visitou o famoso Bar da Dona Jura (Solange Couto), ponto mais badalado da novela, para divulgar uma música que estava lançando à época, para mostrar que acreditava que a seleção poderia trazer o penta.

O ex-jogador contava sobre como seu pai, Dondinho, era 'fã' dos pastéis da personagem e despertava o interesse de Nazira (Eliane Giardini), que, ao ser informada de que o craque estava "muito bem casado", garantiu não se importar em ser a "segunda esposa", criticando ainda o "egoísmo" das brasileiras.

Encontro com Buiu em A Praça É Nossa (1987)

No 'velho e querido banco', o rei do futebol se encontrou com o personagem Buiu da Praça, na época em que ainda era uma criança de seis anos.

Inconformado com a 'folga' do pequeno, Pelé reclamava: "Ô rapaz, você tem que me respeitar. Afinal de contas, eu sou o Pelé, pô!". "E eu sou o Buiú! E daí?", rebatia o garoto. Assista abaixo.

Relembre abaixo outras participações de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, em programas conhecidos como os dos apresentadores Xuxa (com quem teve um relacionamento no passado), em 1989, e Bolinha, em 1974, e o Vox Populi.

Estadão
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