O vilão JR Ewing, de Larry Hagman, volta na sequência de 'Dallas'
- Mauro Trindade
Há fantasmas na televisão. E não são apenas aquelas imagens repetidas que surgiam com a má recepção de televisores analógicos. São aparições de pessoas que todo mundo julgava aposentadas ou mortas. Caso de Larry Hagman, que volta a aparecer na sequência de Dallas, que o canal pago Warner passou a exibir em junho. A série original, produzida entre 1979 e 1991, está no Viva.
É a terceira "encarnação" de Larry Hagman, hoje um ator com 81 anos e que já animava soldados na Guerra da Coreia. Para quem não nunca ouviu falar, ela ocorreu em algum momento longínquo depois de Hiroshima e antes da Guerra do Vietnã. Hagman ficou famoso com a série de TV Jeannie é um Gênio, de Sidney Sheldon, até hoje reprisada em alguma parte do mundo. Ele representava o careteiro major Nelson, que encontra numa ilha dos Mares do sul Jeannie, uma "gênia" da lâmpada doidinha e rebolativa vivida pela bela Barbara Eden. De 1965 a 1970, a série ficou no ar com muita audiência. E, depois, só reprises.
Foi um susto para muita gente rever aquele que foi o atrapalhado embora bondoso major Nelson - personagem claramente inspirado nos personagens de Jack Lemmon - transformado em um vilão de ópera de Puccini. Scarpia, que tortura Cavaradossi enquanto tenta abusar de Tosca, chega a parecer bonzinho perto de JR Ewing, seu inesquecível papel em Dallas. A série mostrava o envelhecido Larry Hagman em uma atuação muito diferente de seu sucesso anterior.
Dallas sempre foi um dramalhão, com direito a mentiras deslavadas, armações de "vaudeville" e uma infinidade de personagem à beira de um ataque de nervos. Certamente assistir a como uma família de barões do petróleo montava "barracos" do tamanho da mansão Southfork ajudou sua popularidade.
A nova série manteve do elenco original Hagman e Patrick Duff, seu "irmão" Bobby, com quem mantinha uma luta do bem contra o mal, além de Sue Ellen, de Linda Gray. Outros personagens a antiga série devem reaparecer, mas a maior ausência continua a ser de Vitoria Principal, no papel da "esponja" Pamela, cheia de cenas de humor involuntário. Como muita coisa que se faz na televisão dos Estados Unidos, a nova série tem seus jovens galãs e um enredo adaptado para tramas mais juvenis. Inclusive com questões ecológicas. Vai ser preciso esperar um pouco antes de JR passar a queimar alguns adolescentes com o bom e velho óleo texano. Eles não perdem por esperar.