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‘JN’ precisa de mudança urgente para voltar a ser relevante

Telejornal ainda é líder no Ibope, mas deixa a desejar pela abordagem burocrática e superficial das notícias

2 jun 2022 - 12h03
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Os âncoras do ‘JN’, William Bonner e Renata Vasconcellos
Os âncoras do ‘JN’, William Bonner e Renata Vasconcellos
Foto: Globo

Até alguns anos atrás, assistir ao ‘Jornal Nacional’ era praticamente uma obrigação. Quem não via se sentia desatualizado, ‘por fora’ do que acontecia no Brasil e no mundo.

A internet tirou poder do telejornalismo. Hoje, em tempo real, com alguns cliques na tela do celular, qualquer pessoa tem informações completas sobre um fato, inclusive com análises de especialistas e confronto de visões.

Ninguém mais precisa acompanhar os jornalísticos da TV para ser um cidadão inteirado sobre a realidade. Mas o hábito – especialmente à noite – ainda faz milhões de brasileiros consumirem notícias pela velha televisão.

Líder em audiência desde o início da década de 1970, o ‘JN’ perdeu significativa parcela de público nos últimos tempos. Vários motivos explicam essa decadência nos índices, porém, o mais gritante é a linguagem.

O ‘Jornal Nacional’ exibe informações sem se aprofundar. Não há comentaristas nem entrevistas ao vivo com experts nas pautas. As matérias são rápidas, com formato previsível. Raramente apresenta séries de reportagens especiais.

Não se difere do jornalismo de outros canais abertos e das emissoras 100% focadas em notícias, ainda que tenha maior equipe e melhores recursos.

O telespectador que quiser mais detalhes que vá procurar... na internet. Então para que assistir ao telejornal se tudo está, com conteúdo ampliado, em sites e canais de vídeos confiáveis, antes mesmo de o ‘JN’ entrar no ar?

Não adianta exibir 10 ou 15 segundos de uma declaração supereditada de um especialista. Falta desenvolver a informação, ir além do simples fato, oferecer mais do que a imprensa on-line disponibiliza.

Um jornal sem análise consistente e pluralidade de ideias vira mero reprodutor de manchetes. Especialmente em relação aos temas mais importantes ao público, como economia, política e segurança pública.

Estudos apontam que o jornalismo ao vivo vai garantir o futuro da TV aberta, enfraquecida pela ascensão irrefreável de canais pagos e plataformas de streaming.

Certamente não se referem aos telejornais ‘engessados’, com formato burocrático e, muitas vezes, desconectados dos assuntos que estão bombando na web.

De acordo com a pesquisa ‘Inside Video 2002’, da empresa Kantar Ibope, das 5 horas e 37 minutos que o brasileiro fica em média diante da TV, 25% do tempo são dedicados ao telejornalismo.

Para continuar relevante e não perder o trem bala da história, o ‘Jornal Nacional’, assim como qualquer outro telejornal, precisa se reinventar para surpreender o público.

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