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Gerações do tráfico se encontram em 'Narcos 4'

Wagner Moura, que esteve nas duas primeiras temporadas, reaparece como Pablo Escobar visto em outra perspectiva

2 dez 2018 - 06h11
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A quarta temporada de Narcos, que está disponível na Netflix, promoveu um encontro de gerações do tráfico e consolidou a série na vitrine da plataforma. Wagner Moura, que protagonizou as duas primeiras temporadas, reapareceu na pele de Pablo Escobar, que agora é visto em outra perspectiva.

Ao contar a história do tráfico mexicano, que ainda hoje predomina no mercado internacional, Narcos: México quebrou a linha do tempo. A trajetória do fundador do Cartel de Guadalajara corre em paralelo à ascensão de Escobar e o racha que levou a sua queda (conforme vimos nas temporadas anteriores).

O elenco agora é puxado por dois nomes de peso de Hollywood, ambos mexicanos: Diego Luna, como o traficante Félix Gallardo, e Michael Pena como o policial da DEA que o persegue.

Fenômeno raro, a série amadureceu com o tempo. Ao cruzar seus personagens, Narcos ressalta a personalidade de Gallardo, que é diametralmente oposta à de Escobar e seus sucessores.

Ex-policial, ele tem apenas a ambição em comum com o mito colombiano. O mexicano rejeita a violência como método e opera como um homem de negócios com viés político.

Vive no limite, mas sempre encontra rotas de fuga desobstruídas com sua habilidade de negociador. Gallardo não cheirava cocaína, assim como Pablo, mas também não fumava maconha, hábito que Escobar cultivava com afinco. Estava sempre chapado o chefão de Medellín. Já o gângster mexicano bebia com moderação e não promovia bacanais.

A quarta temporada de Narcos dá mais destaque ao submundo da corrupção policial e política. A agência norte-americana anti-drogas DEA se mostra frágil e impotente diante da máquina do Estado mexicano.

Se Escobar tinha acessos ao primeiro escalão, Gallardo levou a corrupção ao estado da arte.

Com uma produção impecável e muito superior às anteriores, Narcos 4 cumpriu e selou a missão "cavalo de Troia" que lhe foi atribuída. De Pablo a Gallardo, foi a primeira série em língua espanhola que caiu no gosto do público norte-americano. A escolha de atores mexicanos também consolidou a ideia de que, por melhor que seja o astro, nada substitui o sotaque original.

Estadão
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