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"Fico envergonhado com assédio", diz ator de 'Fina Estampa'

8 set 2011 - 09h28
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Geraldo Bessa

O trabalho de preparação para viver o chef René, de Fina Estampa, proporcionou a Dalton Vigh um encontro com o passado. Ele nunca gostou de cozinhar e jamais trabalhou na área. No entanto, durante o workshop de gastronomia que fez para a novela, toda vez que Dalton segurava uma panela, lembrava do tempo no qual cursava publicidade e dos amigos da época.

"Morava em uma república e tinha de me virar na hora de comer. Algumas vezes a gente reunia 15 amigos no mesmo apartamento e fazia aquele panelão de comida. Era bem divertido", destaca. Para o ator, cozinhar é muito mais que apenas uma química perfeita entre os ingredientes, é um ritual. Por isso, meses antes da estreia do folhetim, ele teve aulas com profissionais da área.

O objetivo do ator era ir além do sabor dos pratos. Os alvos eram os trejeitos dos cozinheiros e a apresentação dos alimentos. "Eu não preciso fazer a comida ter um gosto perfeito. A forma como monto os pratos e manuseio facas, panelas e utensílios é que dá a ilusão de que sou um cozinheiro", acredita.

O que era para ser apenas um processo de composição, se tornou um prazer para o ator. "É uma preparação específica para o personagem, mas que vou poder usufruir em outros momentos da vida", ressalta. A recém-adquirida intimidade do ator com a gastronomia pode ser conferida na atual trama das nove, onde René é o proprietário do fictício restaurante Le Velmont.

O negócio foi um presente de sua mulher, Tereza Cristina (Christiane Torloni). "Meu personagem estudou na França. Quando voltou para o Rio de Janeiro, conheceu e se apaixonou pela Tereza", conta.

O casamento, inicialmente perfeito, começa a mostrar sinais de fraqueza quando o chef conhece Griselda (Lilia Cabral). Mesmo de universos diferentes, René passa a se interessar cada vez mais por aquela mulher batalhadora, que tanto contrasta com a elegância e antipatia de sua esposa. "A proposta do autor é ter essa discussão entre a essência e a aparência. É mais importante ter uma mulher linda, bem vestida e insuportável, ou ter uma mulher simples, humilde e verdadeira?", questiona.

O trabalho em Fina Estampa deixa claro que ele se tornou o galã preferido de Aguinaldo Silva. Com quem já havia trabalhado na novela Duas Caras e nas séries Cinquentinha e Lara Com Z. O fato do ator estar distante das tramas desde Negócio da China, de 2008, tem o dedo de Aguinaldo.

Na atual onda de reservas de elenco, o autor fez questão de tê-lo como protagonista da sua novela. "Estava reservado desde 2009. Tive outros convites no período, mas só aceitei fazer pequenas participações e seriados", assume.

Aos poucos, Vigh começa a sentir que está de volta ao horário nobre da Globo. Os primeiros sinais são as extensas gravações de Fina Estampa, sob o comando do diretor Wolf Maya. Além disso, o assédio do público nas ruas está cada vez maior.

"Sou um cara normal. Não acordo todos os dias pensando: sou um ator da Globo. Não fico incomodado com o assédio, fico é envergonhado", assegura. Mesmo depois de 16 anos de carreira na TV, a timidez do ator é evidente. Ao longo deste tempo, ele guarda boas recordações das emissoras em que atuou. Desde o início, em Tocaia Grande, da extinta Manchete, aos protagonistas que interpretou no SBT, Record e Globo.

A televisão serviu como uma confirmação de que estava trilhando o caminho certo. Não tenho nenhum deslumbramento com a carreira porque fui construindo aos poucos e com muito esforço", analisa.

De olho no passado

Dalton Vigh é contratado da Globo desde 2001. Antes disso, fez pequenas participações em novelas como Terra Nostra e Andando nas Nuvens, mas o vínculo com o emissora era por obra. Foi na pele do sisudo Said, de O Clone que o ator conseguiu repercussão e um contrato de longa duração. "Foi a grande virada na minha carreira. Era uma época de grandes audiências e a novela conquistou o povo", relembra.

Quando tem tempo, Dalton faz questão de assistir a suas cenas na trama de Glória Perez. Embora orgulhoso pelo trabalho feito na época, o ator não deixa a autocrítica de lado e observa alguns pontos fracos em sua atuação. "Reparo nos cacoetes, maneirismos, gestual, postura, dicção. Enfim, em tudo! Gosto de observar essas coisas para melhorar cada vez mais", destaca.

 Dalton Vigh disse que ainda fica envergonhado com assédio das fãs
Dalton Vigh disse que ainda fica envergonhado com assédio das fãs
Foto: Luiza Dantas/Carta Z Notícias / Divulgação
Fonte: TV Press
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