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Jornalista erra ao chamar mais atenção do que a notícia

Guga Chacra, da GloboNews, tem gerado manchetes recorrentes pela aparência

13 jan 2021 - 08h57
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Radicado há 15 anos em Nova York, onde se tornou mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, Guga Chacra é um dos mais experientes jornalistas de política da televisão brasileira. Frequentemente dá aula de conhecimento a seus colegas de GloboNews e ao público. Mas, nos últimos tempos, a repercussão maior tem sido a respeito de seu visual.

Guga Chacra em uma aparição que rendeu muitos comentários por conta dos cabelos desgrenhados
Guga Chacra em uma aparição que rendeu muitos comentários por conta dos cabelos desgrenhados
Foto: Reprodução

Os cabelos desalinhados do correspondente viraram notícia algumas vezes. Na semana passada, o bronzeado alaranjado com marca em torno dos olhos foi destaque na mídia. Após o ‘Em Pauta’ de terça-feira (12), uma pequena polêmica suscitou mais manchetes on-line sobre a estética do jornalista.

Uma telespectadora postou uma crítica no Twitter ao vê-lo mais uma vez descabelado. “Com todo respeito, mas o @gugachacra já passou da fase e idade de ficar com esse cabelo de boneca de pano. Está um horror, até pra ser “diferentinho“ tem limites, parece um maluco”, escreveu.

A intenção do comentário é compreensível, mas o argumento foi perdido com o uso de comparação inadequada e ofensa. Para surpresa geral, Guga se deu ao trabalho de responder. “Oi, uso o cabelo como eu quiser. Não tenho ideia de como vc usa o cabelo, se veste... Mas acho que as pessoas devam ter liberdade para usar o cabelo da forma que quiserem. Com a pandemia, não tenho ido ao barbeiro. E já expliquei mil vezes que nado e o cloro danifica meu cabelo.”

O correspondente está certo ao defender o direito de se apresentar como bem entender, mas parece desconsiderar que é uma figura pública e representa uma emissora de TV. O problema surge quando ele ‘rouba’ o foco do noticiário. Jornalista não é artista.

Nenhum jornalista deve, voluntariamente ou não, chamar para si o holofote direcionado à informação. Os fios indomáveis e o eventual bronzeado ‘a la Trump’ de Chacra em nada afetam sua credibilidade, porém, produzem exposição desnecessária.

Melhor quando ele se projeta exclusivamente por suas análises e a conexão com a notícia, a exemplo do que ocorreu na cobertura das explosões no porto de Beirute, no Líbano, em agosto de 2020.

Especialista em Oriente Médio e ex-morador da cidade, Guga Chacra fez exímia tradução do impacto econômico, político e social da tragédia. Destacou-se da melhor maneira. Isso se espera de um bom jornalista: conteúdo relevante, não discussões sobre corte e penteado.

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