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Facebook vira vilão manipulador como no livro ‘Big Brother’

Invasão de privacidade, roubo de dados e ‘fake news’ ameaçam império de Zuckerberg

24 mar 2018 - 14h52
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“O Grande Irmão está observando você” é uma das frases mais famosas do romance distópico ‘1984’, escrito pelo britânico George Orwell.

Na trama, uma população sobrevivente de catástrofes e guerras vive sob um governo que exerce controle absoluto sobre tudo e todos.

A rede social mais popular do planeta enfrenta sua primeira grande crise
A rede social mais popular do planeta enfrenta sua primeira grande crise
Foto: Montagem com fotos de divulgação/Blog Sala de TV / Sala de TV

Essa premissa a respeito de manipulação de pessoas inspirou a criação do reality show ‘Big Brother’, lançado em 1999 pela produtora holandesa Endemol – atualmente em sua 18ª edição na Globo.

Hoje, o vilão tirânico representado no livro pelo Estado totalitário, capaz de controlar ideologias e pensamentos, foi personificado no Facebook.

A rede social mais popular do planeta, com 2 bilhões de usuários ativos (quase 30% da população global), está sob ataque.

Uma série de problemas afetam a companhia capitaneada por Mark Zuckerberg. A mais grave é a acusação de ter permitido o roubo de dados – e o uso indevido até para fins eleitorais – de 50 milhões de perfis.

Esse escândalo de vazamento rompe a relação de confiança entre o Facebook e seus adeptos.

Assim como o ‘Big Brother’ de Orwell, o ‘Face’ espiona a vida digital de seus usuários. Acessa informações que, para determinados interesses, valem ouro.

Sabe-se agora que os dados que deveriam estar sob sigilo podem ter acessados por terceiros, como empresas de aplicativos e consultorias especializadas em pesquisas de comportamento e consumo.

O que seria tão somente uma rede social para interação com parentes e amigos se tornou uma ferramenta potencialmente perigosa que pode expor quem de boa-fé acreditou nos termos de confidencialidade.

A primeira grande crise do Facebook, lançado em 2004, fez as ações da empresa despencaram. O prejuízo passou de 60 milhões de dólares, o equivalente a quase 200 milhões de reais.

Outra dor de cabeça para a companhia é a perda de usuários nos Estados Unidos e no Canadá. No quatro trimestre de 2017, 1 milhão de perfis foram deletados. Sinal amarelo que reforça a impressão de decadência.

Capas de ‘Veja’, ‘Time’ e ‘Wired’: Mark Zuckerberg foi de gênio da comunicação digital a vilão da ciberespionagem
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Foto: Reproduções / Sala de TV

A recente mudança no controle do que as pessoas veem na ‘timeline’ provocou polêmica: a rede social passou a limitar os posts de veículos de comunicação.

Houve protestos. A ‘Folha de S. Paulo’, por exemplo, deixou de atualizar sua página por discordar do boicote às informações de fonte segura em benefício de posts caseiros.

A disseminação das ‘fake news’ (notícias falsas) afetou a credibilidade do Facebook e tornou a navegação uma experiência às vezes desagradável, devido à livre promoção da desinformação, do ódio e até da incitação de crimes.

As emissoras de TV brasileiras têm dado destaque nos telejornais à ‘tempestade perfeita’ que desaguou sobre Mark Zuckerberg.

Por aqui, a maioria dos canais nunca deu espaço relevante ao Facebook em sua programação. A rede social sempre foi vista como um concorrente por fazer muita gente trocar a TV pela tela do celular.

Mas os canais não podem ignorar o poder de influência de plataformas como o Facebook, o YouTube e o Instagram. Ignorá-las é permanecer parado no tempo enquanto o mundo avança.

Para não perder telespectadores e atrair especialmente o público jovem, que despreza a TV aberta, as emissoras precisam criar mecanismos eficientes de interação com as redes sociais.

‘Se não pode vencer seu inimigo, junte-se a ele’.

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