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É um erro querer ter o sucesso do outro, diz Valdir Bundchen

Pai da top model Gisele Bündchen lança em parceria com Jacob Petry livro que prega o valor da autenticidade

17 out 2018 - 12h27
(atualizado às 13h09)
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Não é fácil sentir-se uma pessoal especial no meio de 7,6 bilhões de habitantes do planeta Terra. Menos ainda sob a pressão de uma sociedade que valoriza mais a imagem de poder (mesmo se é falsa) do que a essência humana.

Valdir Bündchen e Gisele: a família é a base daquilo que somos
Valdir Bündchen e Gisele: a família é a base daquilo que somos
Foto: Instagram / Reprodução

No livro Seja Singular!, da Faro Editorial, os dois autores, o sociólogo Valdir R. Bündchen e o jornalista Jacob Petry, conduzem o leitor a uma experiência peculiar: promover a autovalorização a partir de maior conhecimento sobre si mesmo e o enfrentamento das barreiras do mundo contemporâneo. 

“Algumas das histórias mais comoventes no mundo dos negócios, esportes e artes diz respeito a indivíduos que se libertaram de ambientes e circunstâncias desfavoráveis e se concentram em seus desejos internos”, escrevem no capítulo A Adversidade Desejada.

Uma ilustração para esse tópico poderia ser Gisele Bündchen, filha de Valdir R. Bündchen. A modelo brasileira mais bem-sucedida de todos os tempos recebeu inúmeros ‘nãos’ no início da carreira. Até sua aparência física foi contestada por profissionais da moda. Diante de tal entrave, muitos de nós desistiriam. Gisele prosseguiu – e chegou ao topo.

O livro cita casos reais (e impressionantes) de superação. Um deles é o da norte-americana Mary Kay, cujo nome virou referência de cosméticos, e que só conheceu o auge profissional perto dos 50 anos.

“Num estado de complacência, desejamos mais, queremos mais, sentimos a vontade de ter mais; porém, diante da crença de que talvez não tenhamos os atributos necessários para obter o que desejamos, acabamos por aceitar a situação em que nos encontramos como a melhor para aquele momento”, afirmam os autores.

Bündchen e Petry, e o livro escrito por ambos: lições para se destacar sendo diferente dos demais
Bündchen e Petry, e o livro escrito por ambos: lições para se destacar sendo diferente dos demais
Foto: Divulgação

O blog conversou com Valdir R. Bündchen a respeito da obra e de questões atuais:

Gisele Bündchen é um símbolo de profissionalismo e sucesso, sem jamais se deixar dominar pela fama. Como mentor de sua filha, quais fundamentos o senhor se preocupou em passar a ela?

Acredito que o mérito dos resultados que a Gisele alcançou é, em primeiro lugar, dela. Mas como pai, assim como fiz com minhas outras filhas, procurei, desde cedo, ajudá-la a entender duas coisas: a sua singularidade – que significa compreender seus pontos fortes e seus pontos fracos, e desenvolver sua carreira sobre os fortes administrando os demais; e a reconhecer e valorizar sua essência através da explicação clara de quem é sua família. Isto é, entender que nunca devemos negar nossa origem. A qualidade da nossa vida depende da qualidade dos nossos relacionamentos. E sem família, não há para onde recorrer. E ser família é entender as singularidades de cada um, respeitando e valorizando as diferenças de cada um, porque são elas que mantêm a família forte. É isso que mantêm as famílias juntas. E, talvez, acrescentaria um terceiro ponto: a noção de que nossa missão básica na vida é, em primeiro lugar, aprender a cada dia o conhecimento que nos liberta. E em segundo, ensinar aquilo que aprendemos através do nosso exemplo de vida.

Hoje, pais e filhos parecem bastante desconectados em relação ao contato olho no olho. Qual a importância das lições transmitidas em família? 

Primeiro, não sei se ‘desconectados’ é a palavra certa. Parece-me que estamos mais conectados do que nunca. Na minha juventude, por exemplo, quando o filho saía de casa, o que acontecia relativamente cedo, a comunicação era restrita a esporádicas visitas ou ligações curtas, muitas vezes interurbanas, e por isso caras. A internet e as ferramentas modernas mudaram isso. Hoje, vivemos um fenômeno novo, causado pela velocidade quase instantânea das mudanças. Apesar de conectados, pais e filhos passaram a viver em tempos distintos. A minha era não tem mais nada em comum com a era de minhas filhas. A delas, não tem nada a ver com a era dos filhos delas. Apesar de estarmos conectados, cada um vive em uma era diferente. Isso é novo. E poucas vezes estamos preparados para entendê-lo. Mesmo diante desse fenômeno, há duas coisas imutáveis, e sobre as quais construímos a ideia central do livro Seja Singular!. De um lado, existe a constância das mudanças. Nele, tudo é cíclico, e precisamos desenvolver e transmitir aos filhos a sabedoria que nos permite compreender para o que servimos em cada ciclo. De outro lado, para além do cíclico, existe o que é perene: princípios universais e atemporais como integridade, honestidade, lealdade e potencial humano, para citar alguns, que são válidos em qualquer tempo. Acredito que, se conseguirmos isso – mostrar os princípios que regem esses dois lados e a importância de obedecê-los – teremos cumprido nosso papel de pais.

Até que ponto o sucesso de uma pessoa está relacionado com o autoconhecimento e a ousadia de fazer diferente dos demais?

Completamente. Aquilo que somos precisa definir aquilo que fazemos. Vivemos momentos de grandes incertezas. O mundo é complexo e instável. Se não buscarmos segurança, senso de direção, poder e sabedoria dentro de nós, se buscarmos isso no mundo lá fora, nossa vida será um reflexo dessas incertezas – e ela será complexa, instável e turbulenta. Mais do que nunca é preciso, portanto, ter uma noção clara daquilo que somos, da nossa singularidade. E ser singular é ser diferente. Não há outro caminho. Você não pode ser outra pessoa. Acho que a grande mazela da sociedade moderna é a comparação. O desejo de ser igual ao outro, de modelar o sucesso do outro. Mas você não é outro. Não pode ter o sucesso do outro. Por mais que tente imitá-lo em todos os detalhes, não será ele. Mas um a cópia dele. E nossa consciência não permite essa fraude. Ela irá reclamar sua autenticidade tornando nossa existência incompleta, vazia e sem sentido.

Hoje, quais são suas fontes de informação e inspiração?

A vida já me ensinou muito. Dediquei grande parte do tempo que me foi dado ao estudo da compreensão do que nos faz ser quem somos, e a observação dos caminhos pelos quais essa compreensão nos leva. Hoje, estou muito atento aos sinais. Se estivermos atentos, o universo nos sinaliza muita coisa. É uma concepção diferente, nova, que me leva a investir mais em sabedoria do que em conhecimento. Então, muito do que me orienta e inspira hoje vem daquilo que a própria experiência diante da vida me sinaliza.

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Aposentada, Gisele Bündchen ainda é uma das tops mais bem pagas do mundo:
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