Na noite de quinta-feira (23), ao ser anunciado ao vivo como vencedor da segunda temporada do Mestre do Sabor, o cozinheiro Dario Costa ficou parado, sem reação. O apresentador Claude Troisgros, o assistente Batista e os outros três finalistas permaneceram afastados. Não houve abraço nem aperto de mãos. Clima estranho, comemoração insípida. O distanciamento social como prevenção ao novo coronavírus tirou a graça das comemorações na TV.
Dois dias antes, no MasterChef Brasil, na Band, o chef Henrique Fogaça foi incumbido de premiar a campeã do dia, a arquiteta Anna Paula. Ao invés de entregar o troféu em mãos, ele o colocou no chão, diante da vencedora, para que ela o pegasse sem manterem contato físico. Pareceu indelicado, ainda que o temor de contaminação seja compreensível. Na semana anterior, a chef Paola Carosella havia entregado o troféu diretamente nas mãos do campeão Hailton.
Os protocolos sanitários da pandemia de covid-19 geraram estranheza também na final do Big Brother Brasil 20, em abril. O apresentador Tiago Leifert ficou a metros de distância da campeã, a médica Thelma Assis. Pela primeira vez não aconteceu uma grande festa no estúdio. Os eliminados da edição participaram por vídeochamada. Um desfecho sem a mesma vibração das temporadas passadas.
São os novos tempos — tempos bizarros. A televisão precisa se adequar às restrições impostas pelo coronavírus. Perdeu-se aquele calor humano tipicamente brasileiro por meio do contato físico. As reações de alegria passaram a ser contidas, individuais, cada um no seu quadrado. Uma chatice.
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