Tremembé: Saiba quem é a mulher que tentou matar Suzane von Richthofen na cadeia
Mulher que tentou matar Suzane von Richthofen fez uma rebelião na cadeia; saiba quem é ela
A série Tremembé, da Amazon Prime Video, mostra o encontro e o entrelaçar de histórias dos criminosos mais conhecidos do Brasil na "prisão dos famosos". O primeiro capítulo se inicia com uma cena em que Suzane von Richthofen, interpretada por Marina Ruy Barbosa, é perseguida na Penitenciária Feminina da Capital (PFC), e sofre tentativa de assassinato. Uma mulher liderava o movimento e, depois, reencontrou a ruiva no Tremembé. Saiba quem é ela:
Quem é a mulher que tentou matar Suzane?
Trata-se de Maria Bonita, representada na série como Dada e vivida por Rosana Maris. A detenta estava presa no mesmo pavilhão que Suzane na PFC em 2006 e foi chefe da rebelião comandada pelo PCC, o Primeiro Comando da Capital.
De acordo com o livro que baseou a série 'Suzane; Assassina e Manipuladora' de Ulisses Campbell, o motim organizado por Maria foi divulgado como um protesto por melhores condições mas, na verdade, tinha um objetivo central: matar duas detentas. Eram elas Suzane, condenada pela morte dos próprios pais, e Aurinete Félix da Silva, a "Netinha", ex-fundadora do PCC e taxada como traidora por migrar para a facção rical, o TCC (Terceiro Comando).
Netinha conseguiu escapar da multidão que tentava a executar, mas Suzane foi encurralada. Quem mandou matar a criminosa foi a líder da facção no pavilhão, Quitéria Silva Santos, conhecida como a "rainha da penitenciária". Maria atuava como assessora direta da líder e tinha 28 anos quando tentou assassinar a ruiva.
Morte planejada
Maria foi se aproximando de Suzane aos poucos a fim de cumprir a ordem de execução da chefe da organização. Segundo o autor, ela se ofereceu para "proteger" a novata do presídio em troca de favores especiais. Suzane, então, recusou o pedido, o que transformou a relação em uma grande inimizade. "Você sabe que não vai durar aqui dentro né, amorzinho?", teria dito a baiana.
O motim durou um total de 22 horas, com a tropa de choque da PM cercando o presídio para tentar conter a rebelião. Enquanto isso, presidiárias ameaçavam queimar reféns da polícia. Suzane conseguiu sobreviver ao se esconder em um armário de ferro em um almoxarifado sem ventilação. Maria, que comandava um exército de 40 detentas armadas com facas e marretas, cercou o móvel: "Eu sei que você está aí dentro, sua cadela! Vou cortar sua garganta".
O motim acabou quando uma prisioneira matou Quitéria com uma facada no pescoço. Sua morte desestabilizou o movimento e pôs fim à rebelião que já durava um dia inteiro. Suzane foi encontrada viva, mas em estado de choque, ao ser resgatada pelas forças de segurança.
Foi depois do movimento caótico que a ex-namorada de Daniel Cravinhos foi transferida para o Centro de Ressocialização de Rio Claro, e Maria para penitenciária de Ribeirão Preto. Anos depois, Richtofen foi levada para a mesma cadeia da rival.
Reencontro temeroso
Campbell conta que o reencontro das duas apavorou Suzane, já que a assistente do PCC se dizia "emissária de Satanás" e que "Satanás estava com pressa" para colocar um ponto final na vida da ruiva. "Quem mata pai e mãe tem que ir para o inferno o mais rápido possível", teria dito a suposta "possuída".
Para a série Tremembé, a equipe de roteiro optou por simplificar a linha do tempo das transferências entre diferentes presídios, revelou Campbell ao Splash. Na adaptação, os acontecimentos que, na realidade, se desenrolaram em pelo menos três unidades prisionais — na Capital, em Rio Claro e em Ribeirão Preto — foram condensados em apenas dois cenários, a fim de evitar confusão na narrativa. Assim, o reencontro entre as personagens inspiradas em Maria Bonita e Suzane, que na vida real ocorreu em Ribeirão Preto, foi recriado na Penitenciária de Tremembé.
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