Protagonista de Três Graças, Alana Cabral reage a críticas à Joélly: 'Mexe muito comigo'
Em entrevista ao Terra, atriz falou sobre 'descontentamento' do público com as atitudes da personagem
A atriz Alana Cabral comentou a reação do público às atitudes de sua personagem Joélly em "Três Graças", destacando que a inconsequência é condizente com a adolescência e revelando que evita ler críticas durante as gravações para manter o foco na construção do papel.
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A atriz Alana Cabral, de 18 anos, é protagonista da novela Três Graças (Globo) ao lado de Sophie Charlotte (Gerluce) e Dira Paes (Lígia). Na trama de Aguinaldo Silva, ela interpreta Joélly, que enfrenta os desafios da gravidez na adolescência, e, há algumas semanas, vem dividindo opiniões com suas decisões. Nas redes sociais, muitos telespectadores têm questionado a inocência exacerbada e as prioridades da jovem.
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Em um dos capítulos, por exemplo, Joélly foi hospitalizada após sair de casa sem comer e desmaiar no transporte público. Em outro, sob pressão de criminosos da Chacrinha, chegou a vender o próprio filho para pagar uma dívida do namorado, Raul, interpretado por Paulo Mendes. Além disso, a personagem cometeu mais deslizes e parece não compreender a seriedade da maternidade e de sua situação financeira.
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Em entrevista ao Terra, Alana Cabral contou que entende a “revolta” do público e afirma que essa era exatamente a reação que esperava enquanto trabalhava no laboratório para construir a personagem.
“Na pré-produção, a gente teve alguns workshops bem legais com mulheres da Brasilândia que foram mães na adolescência. Isso me abriu horizontes, porque muitas meninas ali tinham 13, 14 ou 15 anos quando engravidaram e não viam a gravidade do que é ser uma adolescente grávida. E é isso que tentei trazer para a Joélly: a mente de uma garota. Todas as ações dela são justificáveis quando você lembra que ela só tem 15 anos”, disse.
“Muita gente fala: ‘Nossa, meu Deus, a Joélly fez isso, não acredito’. Mas, se você parar para pensar e se colocar no lugar dela por alguns segundos, entende: ‘Poxa, com 15 anos acho que eu faria o mesmo’. Porque todo mundo já foi adolescente e sabe da inconsequência que a gente tem nessa fase”, continuou.
Apesar do 'descontentamento' do público com as atitudes de Joélly, Alana afirma que não tem recebido críticas sobre sua atuação nas ruas — apenas elogios da imprensa especializada. Mesmo assim, ela tem evitado ler comentários nas redes, com receio de ser influenciada pela opinião do público.
“Eu não gosto muito de ler comentários porque acho que isso mexe muito comigo, principalmente quando a gente ainda está no projeto. Depois que terminar, eu posso ler vários, mas, enquanto estamos fazendo, acho que isso molda muito como a gente age. E isso não faz parte da minha construção da personagem”, contou.
'Me assisto para melhorar'
É comum na classe artística que atores prefiram não se assistir para evitar autocrítica. Na contramão desse movimento, Alana Cabral diz ter uma boa relação com a própria imagem e com a revisitação de seus trabalhos. Para ela, é uma forma de se corrigir e evoluir, principalmente em uma obra aberta como a novela.
“Eu me assisto. Eu gosto, gosto de me julgar, desde que não seja algo tóxico — e, para mim, nunca foi. Para alguns atores, isso é difícil; não gostam do que veem, têm questões de insegurança. Mas eu nunca tive isso. Gosto muito de me assistir, de me avaliar, e estou achando legal fazer isso nesse projeto. Tem algumas cenas que você olha e fala: ‘Poxa, eu não devia ter feito isso’ ou ‘Eu não devia ter dado esse sorriso’. Mas é normal. Depois a gente desencana.”
