O maior problema de ‘Três Graças’ é que ficou repetitiva cedo demais
Novela demora a avançar com a trama principal e tem poucos enredos secundários
A coluna fez elogios ao início animador de ‘Três Graças’. Chegou a hora das críticas. A novela das 21h da Globo está precocemente estagnada.
Cenas se repetem — a exemplo dos embates verbais entre Gerluce (Sophie Charlotte) e Arminda (Grazi Massafera) — sem que a trama se desenrole.
Esfriou a expectativa para o roubo da estátua das três mulheres. O assunto aparece e some, sem novidades.
Perdeu-se o ritmo, característica fundamental para manter a atenção do público. A impressão é que o roteiro gira em círculos para fazer o tempo passar.
Outro entrave está na falta de subtramas fortes capazes de compensar o arrastado enredo principal. Alguns bons atores mal aparecem e não têm história própria desenvolvida.
Uma exceção: o relacionamento da transexual Viviane (Gabriela Loran) com o playboy Leonardo (Pedro Novaes). O conflito pode render uma narrativa interessante.
Das protagonistas, Lígia (Dira Paes) nunca sai de casa, pouco acrescenta ao arco dramático, enquanto Joélly (Alana Cabral), após um começo promissor, se tornou apenas uma adolescente chata. Difícil torcer por ela.
‘Três Graças’ continua agradável de se assistir, porém, não gera excitação nem expectativa sobre o próximo capítulo. Entrega um entretenimento morno.
Adiantar reviravoltas, como o retorno do morto-vivo Rogério (Eduardo Moscovis), e dar destaque a personagens coadjuvantes deixaria a novela mais atrativa.
Com tempo de sobra pela frente, ‘Três Graças’ ainda pode se reencontrar, mas isso exige coragem para romper a zona de conforto em que se instalou tão cedo.