Novo corte de cabelo, cela coletiva: como é a vida de Oruam em presídio no Rio
Rapper está preso desde o dia 22 de julho, e é réu por tentativa de homicídio contra policiais
O rapper Oruam está preso desde 22 de julho, acusado de tentativa de homicídio contra policiais, cumprindo prisão preventiva em cela coletiva após mudanças em sua aparência por protocolo carcerário.
O cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, está com uma nova aparência e convivendo com outros presos na Penitenciária Dr. Serrano Neves, em Bangu, no Rio de Janeiro. O rapper cortou e descoloriu o cabelo, que antes estava pintado de vermelho.
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Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, a mudança no cabelo seguiu "o protocolo padrão realizado no momento da custódia". A pasta não deu maiores detalhes sobre o que motiva tal protocolo. De acordo com o promotor de justiça do Ministério Público do Distrito Federal, Antonio Suxberger, cada Estado costumar ter suas normas com relação ao corte de cabelo dos seus detentos.
A Seap informou ainda que a penitenciária em que Oruam está não abriga lideranças de facções criminosas, estando essas pessoas custodiadas em uma unidade distinta, a Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho (Bangu 3B).
Desde o dia 4 de agosto, quando passou por audência de custódia que decidiu pela sua permanência na prisão, Oruam está em uma cela coletiva. A Seap não confirmou se ele está ou não entre membros do Comando Vermelho, facção ligada ao pai, o traficante Marcinho VP.
Réu por tentativa de homicídio
Em 30 de julho, Oruam virou réu por tentativa de homicídio qualificado contra um delegado e um oficial da Polícia Civil. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público e aceita pela juíza Tula Correa de Mello, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
De acordo com a decisão, na madrugada do último dia 22 de julho, Oruam e Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira teriam atentado contra a vida do delegado Moyses Santana Gomes e do agente Alexandre Alves Ferraz.
Eles estavam cumprindo naquela noite uma ordem judicial de busca e apreensão de um adolescente suspeito de ligação com o tráfico de drogas e crimes patrimoniais. O menor de idade estaria se deslocando até a casa de Oruam, no Joá, na Zona Oeste do Rio.
Durante a ação, os policiais se posicionaram próximo à residência e conseguiram abordar o adolescente e outras cinco pessoas. Nesse momento, segundo a denúncia, o rapper, Willyam Matheus e outros sete indivíduos passaram a ofender e arremessar pedras na direção da equipe policial. Uma delas teria mais de 4 kg, segundo o processo.
O delegado Alexandre foi atingido nas costas e no calcanhar enquanto Moysés não teve ferimentos, pois conseguiu se abrigar atrás da viatura.
“Verifica-se que consta informação e registros de que os denunciados, em especial Mauro David ("Oruam"), persistiram na escalada criminosa e buscaram atrair os agentes de segurança para local com maior garantia de resultado morte dos mesmos - constando vídeo em redes sociais com informação de fuga para o Complexo da Penha, em área dominada pela organização narcoterrorista Comando Vermelho, com a qual o denunciado possuiria laços familiares”, descreve a juíza.
A menção da magistrada é referente ao vídeo em que o rapper aparece dentro de um veículo, desafiando os policiais: "Vem aqui me pegar no complexo", disse ele na ocasião. Em seguida, o rapper fez mais uma publicação nas redes, com a localização indicando que estaria no Complexo da Penha.
Ainda no dia 22 de julho, Oruam se entregou à polícia, mesmo ainda não tendo sido indiciado por homicídio qualificado. Na ocasião, a Justiça do Rio emitiu um mandado de prisão preventiva do cantor depois dele impedir a apreensão de um menor de idade que estava em sua casa.
