Em livro, Preta Gil admitiu se arrepender de nudez em álbum de estreia após opinião do pai: 'Um sábio'
Cantora morreu aos 50 anos neste domingo, 20, vítima de um câncer de intestino
Preta Gil, cantora e empresária, faleceu aos 50 anos devido a um câncer de intestino; em sua autobiografia, revelou arrependimento pela nudez na capa de seu álbum de estreia após opinião de seu pai, Gilberto Gil.
Autenticidade. Essa é a palavra que definiu o trabalho artístico de Preta Gil desde seu álbum de estreia, o Prêt-à Porter. Gravado em 2003, o disco deu o que falar ao estampar na capa uma foto dela nua, em preto e branco. Em sua autobiografia lançada no ano passado, a artista que morreu neste domingo, 20, relembrou a repercussão da 'ousadia' e admitiu ter se arrependido após escutar a opinião de Gilberto Gil.
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O livro Preta Gil: Os primeiros 50 chegou às livrarias em 8 de agosto de 2024, no dia do seu aniversário de 50 anos. Na obra, a cantora e empresária relembrou sua trajetória, abriu a intimidade de sua família e relações amorosas e falou com sinceridade sobre a batalha contra um câncer de intestino.
Semanas depois, em 25 de agosto, Preta anunciou a volta da doença em quatro lugares do corpo.
Na autobiografia, a filha de Gilberto Gil relembra um momento importante de sua vida: o lançamento do primeiro álbum. Com uma carreira consolidada no meio artístico como empresária, Preta se aventurou 'do outro lado da moeda' em grande estilo, incentivada pelas amigas Ivete Sangalo e Ana Carolina, como conta no livro.
Na capa do álbum, a artista aparece nua, coberta por fitas do Senhor do Bonfim, souvenirs famosos da Bahia.
Batizado de Prêt-à Porter (uma expressão francesa famosa que significa "pronto para vestir"), o disco conta com a icônica Sinais de Fogo, que acabou se tornando seu maior sucesso da carreira. A estreia na carreira musical chamou a atenção do público como a cantora esperava, mas a recepção não foi 100% positiva.
Na obra e em entrevistas que deu ao longo da vida, Preta relembrou a enxurrada de críticas que recebeu sobre seu corpo por conta da nudez. Em uma live com Antonia Frering, em 2020, ela falou sobre o assunto.
"Quando fiz meu primeiro álbum, me senti renascendo. Quando a gente estava fazendo as fotos, me achei careta. Eu, que sou filha de tropicalista e já vi tantas coisas incríveis, me vi fazendo umas poses caretas e achei que isso não tinha nada a ver com o disco. Propus: posso ficar pelada?", contou. O resto foi história.
Um ano antes, em entrevista ao Conversa Com Bial, Preta detalhou o 'estardalhaço' público que a imagem gerou. “Aquela capa foi incrível, emblemática. Na época eu dizia: ‘Gente, qual o problema de eu fazer uma capa nua?’", destacou.
Sua opinião mudou quando ouviu um comentário de Gilberto Gil sobre a capa. "Lembro que quando eu fui mostrar para o meu pai, ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na minha cabeça", admitiu.
"Pensei no meu pai, tropicalista, moderno, falando ‘desnecessário’? Mas o meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar depois e não deu outra”, lembrou. A cantora se referia à série de ataques gordofóbicos que sofreu após a estreia como cantora.
“Eu lancei o disco achando que estava abafando, achando que eu era bonita e gostosa, tudo certo. E aí veio uma enxurrada de críticas, muito conservadorismo, muito preconceito. Ele tentou me proteger. Depois desse escândalo, que nunca imaginei que fosse acontecer, eu comecei a questionar se realmente as pessoas não estavam certas”, declarou a Pedro Bial, em 2019.
Preta Gil morreu nos EUA
Preta Gil morreu aos 50 anos, em Nova York, nos Estados Unidos. A artista estava em tratamento de câncer de intestino desde janeiro de 2023.
Filha de Gilberto Gil com a empresária Sandra Gadelha, Preta deixa como herdeiro Francisco Gil, de 30 anos, fruto de seu relacionamento com Otávio Muller. O filho é um dos integrantes do grupo musical Gilsons, e segue o talento musical da família.
Preta passou mal quando estava indo ao aeroporto. Ela iria voltar ao Brasil, uma ambulância foi chamada, mas ela morreu a caminho do hospital.


