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A morte de Boseman num momento crucial da luta antirracista

Chadwick Boseman morreu aos 43 anos, depois de uma luta de quatro anos contra um câncer

29 ago 2020 - 12h09
(atualizado às 12h39)
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Todo mundo se lembra do apresentador - Jimmy Kimmel - no Oscar de 2018. A cada 15 ou 20 minutos ele atualizava os números de Pantera Negra. Mais US$ 1 milhão, mais um, mais um. 'Pantera Negra' estourava nas bilheterias, virou um fenômeno, como, aliás, fora Mulher Maravilha um ano antes. No ano passado o blockbuster de Ryan Coogler somou várias estatuetas na premiação da Academia. Wakanda forever. Wakanda agora está de luto pela morte de seu príncipe.

Foto: Reuters

Chadwick Boseman lutava há quatro anos contra um câncer colorretral. Morreu na noite de sexta-feira, 28. Tinha 42 anos. Era ator, diretor e roteirtista. Antes de adentrar glorioso no Universo Marvel, criando o super-herói negro, destacou-se por seus retratos de personagens reais. Foi Jackie Robinson em 42, James Brown em 'Get on Up' e Thurgood Marshall em 'Marshall'. Além da sua aventura solo como 'Pantera Negra', o personagem apareceu em 'Capitão América - Guerra Civil', 'Os Vingadores - Guerra Infinita' e 'Os Vingadores - Ultimato'.

Interpretou guerreiros. Super-heróis, deuses - Tot em 'Deuses do Egito' -, mas principalmente os heróis do cotidiano. O astro do beisebol Robinson, o cantor, compositor e produtor musical James Brown.

Boseman morreu num momento crucial. A morte brutal de George Floyd desencadeou uma onda de protesto que revererou pelos EUA e o mundo. Esta semana, em Kenosha, no Wisconsin, outro negro, Jacob Blake, recebeu sete tiros de um policial pelas costas. Sobreviveu, mas corre o risco de ficar tetraplégico. Os EUA vivem os maiores protestos raciais desde o movimento por direitos civis, nos anos 1960. I can't breeze, Black lives matter.

Boseman morreu em casa, mas quando as ruas são tomadas pela comoção e o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, exalta a lei e a ordem, glorificando a polícia contra manifestantes. Vidas negras importam. A de Chadwick Boseman, infelizmente, extingiu-se cedo demais.

Estadão
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