Sergio Leone? Maior diretor de faroestes da história é quase desconhecido, mas deixou 148 filmes
Conheça o diretor que está no livro dos recordes por fazer quase 150 filmes de faroeste em sua carreira.
Quando falamos de grandes diretores que fizeram carreira com filmes de faroeste, normalmente pensamos em Sergio Leone, John Ford e Clint Eastwood; no entanto, é outro o nome do cineasta mais prolífico quando o assunto é a quantidade de filmes do gênero.
Nascido em South Bend, no estado de Indiana, em 1893, Lambert Hillyer foi um diretor de cinema e roteirista norte-americano que comandou ao todo nada menos que 148 filmes de faroeste durante sua carreira. O feito é tão incrível que Hillyer está no livro dos recordes por isso. Segundo o Guinness World Records, foram 156 filmes no total, dos quais 148 são westers.
Mesmo assim, o cineasta é uma figura pouco falada ou lembrada no que tange a história moderna do cinema hollywoodiano. Apesar da abundância de obras (ou justamente por isso), Lambert não é uma figura a quem se dedica muita atenção nos estudos da Sétima Arte. Por isso, ele fica muitas vezes esquecido quando citamos filmes antigos.
Mas como é possível alguém dirigir tantos longas em um período tão curto? Somente no ano de 1941, foram 11 filmes! Além disso, segundo o IMDb, a grande maioria dos trabalhos foi feita entre os anos de 1930 e 1940.
A título de comparação, Sergio Leone dirigiu o total de sete filmes ao longo de toda a sua carreira.
O diretor conseguiu entregar tantos projetos rapidamente graças ao tipo de filme que produzia. Ele era um cineasta que colocava a mão na massa em todos os aspectos da produção, e era essa versatilidade que fazia com que ele conseguisse entregar as obras finalizadas em um ritmo que agradava os estúdios. Vale destacar, também, que a grande maioria de suas obras eram filmes tipo B -- ou seja, com orçamento mais modesto e elenco sem muita experiência --, o que também naturalmente acelera todo o processo.
O truque, então, era justamente esse: fazer filmes rápidos e baratos para que os estúdios nunca ficassem sem o que lançar, em uma espécie de "linha de produção". A tática, apesar de levantar debates, funciona para movimentar os negócios, gerar lucro e manter os estúdios sempre em evidência; enquanto figuras como Hillyer geravam filmes em uma velocidade astronômica, os cineastas renomados tinham tempo para trabalhar com mais cuidado e sem muita pressa.
Maior feito de Lambert Hillyer no cinema não é com faroeste
É até irônico, ou talvez um pouco triste, que o maior legado de Hillyer para o cinema não tenha relação alguma com filmes de faroeste.
Em 1936, foi ele quem dirigiu o filme 'A Filha de Drácula' para a Universal Picures. Sequência do clássico 'Drácula' de 1931, de Tod Browning, o longa é considerado complexo pelas camadas que imprime ao vilão e pela carga de tragicidade ao redor da qual opera. O filme, inclusive, terá uma refilmagem programada para este ano, dos diretores de 'Pânico 6' e estrelada por Kathryn Newton e Melissa Barrera.
A outra grande contribuição de Hillyer veio em 1943, ele dirigiu a primeira adaptação de Batman para as telas. Trata-se de uma série em 15 partes encomendada pela Columbia Pictures, e que foi exibida nos cinemas com Lewis Wilson no papel-título e Douglas Croft como Robin.
Diante de tudo isso, é interessante também ter a perspectiva de que o modus operandi de Lambert continua a ser aplicado atualmente, é claro que guardadas as devidas proporções. Para o Collider, o que Taylor Sheridan faz para expandir o universo de 'Yellowstone', trabalhando em múltiplas séries derivadas ao mesmo tempo, bebe muito da fonte de Hillyer. Além disso, com tantos trabalhos, é inegável que o diretor deixou bastante material para inspirar futuros cineastas, e provou não apenas que o faroeste é possível, mas que é um gênero que gera lucros e tem um apelo universal.