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'Mamonas Assassinas: O Filme' e outras produções chegam aos cinemas

Confira os destaques.

28 dez 2023 - 01h07
(atualizado às 10h52)
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Foto: Divulgação/Imagem Filmes / Pipoca Moderna

Dois filmes nacionais tem tratamento de blockbuster nesta quinta (28) após fracassos consecutivos do cinema americano no país. 'Mamonas Assassinas: O Filme' e 'Minha Irmã e Eu' chegam em cerca de mil salas do circuito nacional. Além deles, as estreias incluem um terror britânico e um drama francês. Confira os detalhes.

'MAMONAS ASSASSINAS: O FILME'

A cinebiografia conta a história da banda de Guarulhos que se tornou sensação nacional em meados anos 1990. Ela acompanha a vida dos Mamonas antes da fama, principalmente de Dinho, as dificuldades no início da carreira e mostra como um conjunto fracassado de rock progressivo chamado Utopia se reinventa como uma banda comédia e se torna um fenômeno. Mamonas Assassinas acabou virando uma das bandas mais amadas do Brasil com sua alegria contagiante, mas sua trajetória foi curta, interrompida por um fim trágico – com a morte de todos os seus integrantes em um acidente aéreo na volta de um show, em 2 de março de 1996. Entretanto, quem não conhece direito a banda pode ter dificuldades em entender a trama, que é apresentada de forma episódica, sem um desenvolvimento narrativo coerente.

Isso talvez se deva ao fato do projeto original ter sido concebido por Carlos Lombardi – autor de novelas como 'Uga Uga' (2000) e 'Kubanacan' (2004) – e escrito pelo repórter Carlos Amorim como uma minissérie da Record TV. O projeto acabou reconfigurado para as telas grandes com direção de Edson Spinello, que comandou as novelas 'Apocalipse' (2017) e 'Rei Davi' (2012), e faz sua estreia no cinema. Entretanto, a impressão é que faltam "capítulos" na história. A Record deve exibir a versão com todos os episódios ainda em 2024.

O que a produção tem de positivo é a energia do elenco, composto por atores desconhecidos do grande público, mas com grande experiência em musicais, que entregam performances melhores que o próprio filme. Ruy Brissac, que interpreta o vocalista Dinho, repete o papel que viveu no teatro em 'Mamonas, o Musical', e que lhe rendeu o prêmio Bibi Ferreira de Ator Revelação. Adriano Tunes, que vive o baixista Samuel Reoli, é humorista e já trabalhou no programa 'Dedé e o Comando Maluco', do SBT, além de musicais como o da apresentadora Hebe Camargo. Robson Lima, que interpreta o tecladista Júlio Rasec, também é ator de teatro e trabalhou em 'Yank - O Musical'. Rhener Freitas, que tem o papel do baixista Sérgio Reoli, trabalhou na série 'Bia', do Disney Channel.

Já o guitarrista Bento quase foi vivido pelo cantor e apresentador Yudi Tamashiro, que acabou substituído por Alberto Hinomoto, sobrinho do personagem real. Alberto, que tinha 17 anos durante a produção, filmou com a mesma guitarra que pertenceu a seu tio, usada por ele nos shows da banda. As filmagens marcam sua estreia nas telas.

Outro nome que estreia como atriz na produção é a famosa tiktoker Fernanda "Fefe" Schneider, intérprete de Valéria Zoppello, a namorada de Dinho, que perdeu seu companheiro quando tinha apenas 24 anos. Fernanda é um fenômeno no TikTok e acumula mais de 16 milhões de seguidores na plataforma. Para completar, os pais de Dinho são interpretados por Guta Ruiz, que já esteve no filme 'Gostosas, Lindas e Sexies', e Jarbas Homem de Mello, marido de Cláudia Raia e ator de 'Roque Santeiro - O Musical'.

 

'MINHA IRMÃ E EU'

Ingrid Guimarães e Tatá Werneck vivem duas irmãs que se odeiam sem deixar de se amar em seu novo encontro cinematográfico. Amigas de longa data, as duas já dividiram a tela em 'De Pernas pro Ar 2' (2012), 'Loucas para Casar' (2015) e 'TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva' (2017). Desta vez, elas vivem as irmãs Mirian (Ingrid) e Mirelly (Tatá), que nasceram em Rio Verde, Goiás, mas seguiram caminhos opostos na vida. Mirian nunca saiu de sua cidade e se acostumou à rotina pacata do interior. Já Mirelly partiu cedo para o Rio de Janeiro e toda a família acompanha pelas redes sociais seu sucesso, sempre rodeada de amigos famosos.

O que os familiares não sabem é que é tudo fake. Na verdade, ela vive com as contas atrasadas e passa muito perrengue fazendo bicos e cuidando dos animais de estimação de celebridades, como a cantora IZA e o casal de atores Lázaro Ramos e Taís Araújo (que interpretam a si mesmos na produção), que ela mente que são seus amigos. Acreditando na mentira, Mirian decide que sua mãe (Arlete Salles) passará a morar com a irmã rica. A situação gera uma grande discussão e o caos culmina com o desaparecimento da mãe das duas, que a partir daí têm que deixar de lado as diferenças e se unir para procurá-la.

'Minha Irmã e Eu' é o terceiro filme com "Minha" no título da diretora Susana Garcia, após 'Minha Vida em Marte' e o blockbuster 'Minha Mãe é uma Peça 3'. Explorando a dinâmica de opostos das irmãs, a comédia de apelo popular é uma das mais divertidas a chegar aos cinemas em 2023.

 

'O SENHOR DO CAOS'

O terror folk britânico acompanha Rebecca Holland, interpretada por Tuppence Middleton ('Sombras da Guerra'), uma pregadora cristã que se muda para a cidadezinha de Burrow com a filha Grace e é recebida com curiosidade pela comunidade local, cujas crenças ainda mantém tradições pagãs. Uma dessas tradições é um festival agrícola, que acaba escolhendo Grace como o "Anjo da Colheita". Entretanto, a menina desaparece misteriosamente durante o evento, levando a protagonista a uma busca angustiante, que revela segredos sombrios sobre o local e seu líder.

A atmosfera do filme é impulsionada pelas performances marcantes, especialmente a de Ralph Ineson ('A Bruxa'), que vive o líder carismático e ameaçador da comunidade. As descobertas da protagonista sobre a natureza da cidade e o misterioso festival proporcionam reviravoltas na trama, mantendo o suspense.

Com roteiro de Tom Deville (de 'A Maldição da Floresta') e direção de William Brent Bell (de 'A Órfã 2: A Origem'), o filme segue alguns padrões do terror pagão rural, estabelecidos no clássico 'O Homem de Palha' (1973), mas também oferece surpresas e uma cinematografia marcante, que enfatiza a beleza natural do cenário campestre, capaz de se apresentar tanto de forma idílica quanto inquietante.

 

'PARE COM SUAS MENTIRAS'

Adaptação cinematográfica do romance autobiográfico de Philippe Besson, o drama gira em torno de Stéphane Belcourt (interpretado por Guillaume de Tonquédec, de 'Qual É o Nome do Bebê'), um autor famoso que retorna, após 35 anos, à sua cidade natal na região francesa de Cognac. O motivo de seu retorno é um convite para um evento, mas suas verdadeiras intenções são reencontrar seu passado romântico, e ao chegar estabelece uma conexão com Lucas (Victor Belmondo, neto do icônico Jean-Paul Belmondo), filho de seu primeiro amor perdido.

A narrativa se alterna entre o presente e flashbacks do jovem Stéphane, um estudante desajeitado do último ano do ensino médio, interpretado por Jérémy Gillet, e sua relação com Thomas Andrieu (Julien De Saint Jean), um aluno popular. A história explora a intensidade do primeiro amor e as repercussões de um romance secreto e envergonhado.

Apresentado com duas narrativas paralelas – a do Stéphane adulto, celebridade local em Cognac, e a de seu eu jovem em 1984 –, o filme investiga as ramificações da fascinação do protagonista por outro jovem, às vezes beirando o sentimentalismo. A obra guarda semelhanças com 'Verão de 85' de François Ozon, ambas adaptações de romances que lidam com o romance gay masculino às vésperas da crise da AIDS, e ambas apaixonadas por um amante que anda de moto. A dor de um tempo desperdiçado e de um amor perdido é um tema familiar no cinema queer, mas o filme de Olivier Peyon ('O Filho Uruguaio') também oferece uma reflexão comovente sobre o amor adolescente.

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