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Documentário sobre Complexo do Alemão é exibido em Lisboa

22 out 2010 - 21h50
(atualizado às 22h54)
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Retrato do cotidiano numa das maiores comunidades de favelas do Rio de Janeiro, o documentário Complexo - Universo Paralelo chega nesta sexta-feira (22) ao festival de cinema português DocLisboa com o olhar e tato dos irmãos Mário e Pedro Patrocínio.

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O filme dos irmãos portugueses, que já foi apresentado com sucesso no Rio de Janeiro, representa uma arriscada obra sobre as dificuldades, preocupações e aspirações dos moradores do complexo de favelas carioca, onde vivem cerca de 300 mil pessoas.

Mário Patrocínio, o diretor, explicou à imprensa que precisou de mais de quatro anos de intenso trabalho para ganhar a confiança dos moradores no perigoso e quase impenetrável complexo, na busca de uma visão alternativa "à estereotipada" da mídia.

"Tudo começou com um videoclipe que filmamos, que falava sobre coisas boas", destacou Mário, ao lembrar que este foi o momento em que ele e o irmão, responsável pela fotografia, começaram "a conquistar a confiança" dos moradores da comunidade.

Os acordos com os traficantes de drogas foram inevitáveis para poder gravar lá. "A única coisa que prometi foi a verdade, ser sincero e não adulterar. Tudo o que acabava de filmar, mostrava a eles".

A fama de lugar violento e perigoso aumentou com o assassinato do jornalista investigativo Tim Lopes, em 2002, brutalmente torturado e queimado após ser descoberto apurando sobre o tráfico de drogas nos bailes funk.

Complexo - Universo Paralelo, de 70 minutos, narra a vida de uma mãe de oito filhos, dona Célia, do presidente da associação de moradores há 35 anos, Seu Zé, e o rapper local McPlayboy. Mas também há testemunhos de traficantes, que atualmente estão mortos, desaparecidos ou na prisão.

O diretor disse que, em 2007, foi vivido um dos períodos mais violentos da favela. Na época, segundo ele, houve uma das maiores operações policiais na comunidade, com cerca de 1.500 policiais mobilizados.

"Por enquanto, vive-se um tempo de paz e esperança. Pelo menos é o que senti", concluiu o cineasta, ao destacar o plano de reabilitação que está atualmente beneficiando a favela.

O filme sobre a comunidade carioca foi uma das principais atrações do DocLisboa, um dos principais festivais de Portugal, que exibe até domingo cerca de 200 documentários.

EFE   
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