Entenda a polêmica sobre intolerância religiosa com Rafa Kalimann na Imperatriz
Ex-musa da escola Leopoldinense rebateu polêmica e lamentou que uma fake news tenha gerado ataques de todos os lados
Rafa Kalimann se manifestou sobre as acusações de intolerância religiosa que recebeu após participar dos ensaios da Imperatriz Leopoldinense. A ex-musa da escola de samba negou ter evitado cantar trechos do samba-enredo que mencionavam o Orixá Exu e afirmou que a situação foi distorcida.
"Passei recentemente por um episódio bem doloroso, porque passou exatamente em um ponto que, para mim, é inquestionável. Passei por uma questão de intolerância religiosa, as pessoas mentiram e colocaram como uma fake news essa questão na minha vida", declarou na última quarta-feira (5), no podcast da revista WOW.
A polêmica surgiu quando uma jornalista divulgou que Rafa teria deixado de cantar propositalmente os trechos do samba que citavam Exu. A influenciadora, no entanto, garantiu que isso não aconteceu e explicou que pausas para tirar fotos e interagir com o público são normais durante os ensaios.
"A gente passa 40, 50 minutos cantando. Cansa! Nesses momentos, é normal parar de cantar alguns trechos do samba-enredo, até porque é um ensaio. A gente tira foto, sorri para as pessoas, manda beijo e depois volta a sambar e cantar", justificou.
Segundo Rafa, a informação errônea se espalhou rapidamente e gerou debates profundos sobre intolerância religiosa. "Foi muito irresponsável criar uma mentira sensacionalista sobre um tema tão sério. Isso me fez refletir muito", disse.
A apresentadora afirmou que chegou a divulgar vídeos cantando o samba-enredo para provar que a acusação não era verdadeira, mas nem isso foi suficiente para mudar a opinião de algumas pessoas. "Mesmo provando o contrário, ainda tem gente que prefere acreditar na fake news", lamentou.
Apesar da polêmica, Rafa negou que seu desligamento da Imperatriz tenha relação com a situação. "Nada a ver! Mas, claro, algumas pessoas aproveitaram a fake news para criar essa narrativa também", afirmou.
Ela também falou sobre o impacto emocional que o episódio causou. "Senti na pele como a intolerância religiosa é real. Fui atacada por um lado por ser cristã e, pelo outro, por estar ali cantando e desfilando. Foi como se minha fé fosse deslegitimada dos dois lados", desabafou.
Visão sobre fé e respeito às religiões
Durante a entrevista, Rafa Kalimann destacou que sempre teve interesse em aprender sobre diferentes crenças e rejeitou qualquer ideia de intolerância.
"Eu fui uma criança muito questionadora. Cresci crendo em Deus, sou cristã, creio em Jesus Cristo. Mas cresci envolvida com a Seicho-No-Ie", contou, citando a filosofia japonesa voltada para a paz espiritual.
Ela também relatou experiências com outras religiões, como sua participação no Círio de Nazaré e visitas a terreiros de candomblé. "Sentei com mãe Ângela, mãe Carmem, e conversei com elas porque eu tinha dúvidas, curiosidade, vontade de aprender. Eu admiro, olho e vejo como isso é carregado de cultura, de fé", disse.
Por fim, Rafa deixou uma reflexão sobre a importância do respeito entre crenças. "A fé do outro não muda a sua fé. O respeito que você tem com a fé do outro muda a sua fé. Quando as pessoas entenderem isso, e se libertarem disso... Se minha fé é tão legítima em mim, por que a fé do outro me abala?", concluiu.