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Festival de Veneza é criticado por premiar filme da Netflix

"Roma", de Alfonso Cuarón, venceu o Leão de Ouro

9 set 2018 - 11h33
(atualizado às 11h45)
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? Atores e expoentes do mundo cinematográfico italiano protestaram neste domingo (9) contra a decisão do Festival de Cinema de Veneza de premiar o filme ?Roma?, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, com o Leão de Ouro.

"Roma", de Alfonso Cuarón, venceu o Leão de Ouro
"Roma", de Alfonso Cuarón, venceu o Leão de Ouro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    O filme é produzido pela Netflix e entrará para o serviço de streaming em dezembro. Ainda não se sabe se o longa, feito em espanhol e em preto e branco, será exibido nas salas de cinema, ponto de polêmica em Veneza.

    O anúncio do vencedor do Leão de Ouro ocorreu na noite de ontem (8). Foi a primeira vez que uma produção da Netflix venceu a estatueta.

    A Associação Nacional de Autores Cinematográficos (Anac), a Federação Italiana de Cinema de Ensaio (FICE) e a Associação Católica de Cinema (Acec) disseram ser ?iníquo? que o maior prêmio do Festival seja ?um veículo de marketing da plataforma Netflix?, a qual ?coloca em dificuldade o sistema de salas de cinema?.

    Em um comunicado, eles disseram que o filme premiado deveria ser uma produção ?acessível a todos, e não a assinantes da plataforma?. ?O Leão de Ouro, símbolo da Mostra Internacional de Arte Cinematográfica sempre financiada por recursos públicos, é um patrimônio dos espectadores italianos: o filme deveria estar acessível a todos, nas salas de cinema, e não exclusivamente aos assinantes da plataforma americana?, criticaram as associações.

    ?Rejeitamos a escolha de ter inserido no concurso de Veneza alguns filmes não destinados à exibição em sala, diversamente do que fora decidido pelo Festival de Cannes?, ressaltou o comunicado. A nota, porém, demonstrou ?pleno respeito? ao júri presidido pelo diretor mexicano Guillermo del Toro e pela qualidade do filme ?Roma?. As associações deixaram claro que pedirão para o diretor artístico do Festival de Veneza, Alberto Barbera, e para o Ministério da Cultura da Itália revisarem as regras para a próxima edição do evento.

    No entanto, Barbera e o presidente da Bienal de Veneza, Paolo Baratta, defenderam a estatueta ao filme ?Roma?. ?Toda a eventual polêmica sobre essa vitória é efeito de uma nostalgia que não se mede com a realidade da Netflix, a plataforma mais importante. O futuro será entre as salas de cinema e essa nova realidade streaming?, disse Barbera. ?Defender o passado hoje significa somente perder oportunidades?, afirmou, por sua vez, Baratta.

Ansa - Brasil   
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