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5 livros da Fuvest 2026 que são leitura obrigatória para qualquer brasileiro

Lista de livros obrigatórios para o vestibular inclui apenas autoras mulheres

26 nov 2025 - 05h45
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Contando apenas com autoras mulheres pela primeira vez na história da prova, a lista de livros obrigatórios para a Fuvest 2026 tem volumes escritos em diferentes fases da história do Brasil.

Ao longo das leituras, é possível ver a forma como o País e a sociedade mudaram ao longo dos anos, ao mesmo tempo em que algumas mazelas sociais se mantiveram, independentemente do regime vigente.

Abrangendo poemas, ensaios e prosa, os títulos exigidos pelo vestibular acenderam um debate sobre o papel da mulher na literatura brasileira e seu apagamento progressivo causado pelo preconceito de gênero. Assim, a Fuvest promove nomes antes pouco conhecidos do grande público, levando-os às escolas e fazendo com que grandes autoras e suas ideias sejam redescobertas após anos de ocultamento.

A seguir, confira cinco livros exigidos pela Fuvest que deveriam ser obrigatórios para todo brasileiro.

Opúsculo Humanitário (1853) - Nísia Floresta

'Opúsculo Humanitário', de Nísia Floresta, é composto por 62 ensaios sobre emancipação da mulher e seu papel na sociedade patriarcal
'Opúsculo Humanitário', de Nísia Floresta, é composto por 62 ensaios sobre emancipação da mulher e seu papel na sociedade patriarcal
Foto: Editora Penguin/Divulgação / Estadão

Escrito por Dionísia Gonçalves Pinto e assinado por seu pseudônimo Nísia Floresta, Opúsculo Humanitário é uma coletânea de 32 ensaios que abrangem diferentes temas relevantes para o Brasil, então ainda sob comando monarquista. Considerada uma das primeiras militantes do movimento feminista no País, Gonçalves Pinto discute questões inerentes à independência da mulher num sistema patriarcal, como uma educação que vá além de obrigações domésticas, gerando uma emancipação dos papéis impostos pela sociedade.

Embora algumas das ideias da autora hoje sejam vistas como antiquadas na comunidade feminista, como uma suposta necessidade do casamento como meio de ascensão social, seus ensaios mostram como a luta feminista no Brasil é muito mais antiga do que afirmam pensadores conservadores da atualidade e abrem discussões sobre os avanços que ocorreram (ou não) através dos séculos.

  • Em domínio público, o livro foi publicado por várias editoras e pode ser lido gratuitamente através do site do Senado (219 páginas; a partir de R$ 35,90; R$ 1,90 o e-book)

Caminho de Pedras (1937) - Rachel de Queiroz

Em 'Caminho das Pedras', Rachel de Queiroz discute o papel da mulher em movimentos políticos
Em 'Caminho das Pedras', Rachel de Queiroz discute o papel da mulher em movimentos políticos
Foto: Editora José Olympio/Divulgação / Estadão

Lançado em meio à ditadura de Getúlio Vargas, Caminho das Pedras narra a história de Noemi e seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro, perseguido pelo regime. Escrito por Rachel de Queiroz, primeira mulher a conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), o livro discute questões como o papel da mulher nos meios políticos e rachas internos que minaram o movimento comunista brasileiro do início do século 20. Mesmo 90 após a sua publicação original, a obra segue atual em sua abordagem de movimentos pela transformação social e a resistência que ela encontra diante daqueles que procuram manter o status quo em um sistema em que apenas os homens ricos e influentes têm acesso ao poder político e aos debates que o cercam.

  • Editora: José Olympio (176 págs.; R$ 54,90; R$ 34,90 o e-book; R$ 34,99 o audiolivro)

O Cristo Cigano (1961) - Sophia de Mello Breyner Andresen

'O Cristo Cigano' usa poemas para estabelecer narrativa metalinguística sobre o processo artístico
'O Cristo Cigano' usa poemas para estabelecer narrativa metalinguística sobre o processo artístico
Foto: Companhia das Letras/Divulgação / Estadão

Rico em metalinguagem, O Cristo Cigano é um marco da literatura da língua portuguesa por usar uma estrutura narrativa baseada em poemas. Em sua história, um escultor contratado para criar uma imagem de Cristo agonizando na cruz contempla cometer um assassinato para poder visualizar as feições de um homem à beira da morte. Ao conhecer um lindo cigano se banhando em um rio, o artista se apaixona, mas sua ambição artística o leva a cometer atos brutais com o amado. Escrito pela portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, o livro é uma prova do poder dos versos na transmissão de sentimentos, ampliando suas capacidades como ferramenta narrativa, além de ser um retrato agonizante do processo criativo.

  • Editora: Companhia das Letras (109 págs.; R$ 49,90; R$ 29,90 o e-book)

As Meninas (1973) - Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles discute pressões sociais sobre as mulheres em 'As Meninas'
Lygia Fagundes Telles discute pressões sociais sobre as mulheres em 'As Meninas'
Foto: Companhia das Letras/Divulgação / Estadão

Protagonizado por três jovens universitárias de diferentes origens e ideologias em meio a uma greve universitária, As Meninas é uma obra que, assim como Caminho das Pedras, discute o lugar em que as mulheres são colocadas na sociedade. No livro, Lygia Fagundes Telles narra os obstáculos sociais criados em função do gênero e como eles atingem a todas, especialmente durante governos autoritários, como a Ditadura Militar, que serve como pano de fundo para a história. Narrada em primeira pessoa pelas três protagonistas, a obra se aprofunda nas pressões sociais colocadas sobre as mulheres, alternando momentos de agonia extrema e satisfação e discutindo temas como classismo, maternidade e opressão, ainda muito em pauta no cenário atual.

  • Editora: Companhia das Letras (304 págs.; R$ 89,90; R$ 12,90 o e-book)

Canção para Ninar Menino Grande (2018) - Conceição Evaristo

Machismo estrutural e racismo são temas centrais em 'Canção Para Ninar Menino Grande', de Conceição Evaristo
Machismo estrutural e racismo são temas centrais em 'Canção Para Ninar Menino Grande', de Conceição Evaristo
Foto: Editora Pallas/Divulgação / Estadão

Publicado em 2018, Canção para Ninar Menino Grande traz à tona dois dos temas mais atuais em pauta em discussões sociais: a masculinidade tóxica e o machismo estrutural. Narrada por uma mulher anônima, a obra de Conceição Evaristo usa relatos de terceiros para retratar um homem que nunca conheceu, chamado Fio Jardim. Negro, o personagem sofreu traumas de infância, sendo isolado e preterido por suas paixões por causa da cor de sua pele, acontecimentos que o levaram a se tornar um conquistador e moldaram a forma como ele objetifica e descarta as mulheres com quem se envolveu. Assim como outros títulos da lista da Fuvest 2026, o livro também discute a fundo, em pouco mais de 100 páginas, a forma como as mulheres são tratadas e responsabilizadas numa sociedade falocêntrica e como suas identidades são resumidas às suas ligações com um homem.

  • Editora: Pallas (124 págs.; R$ 42; R$ 28 o e-book)

A primeira fase da Fuvest 2026 acontece neste domingo, 23 de novembro, com a segunda marcada para os dias 14 e 15 de dezembro. As provas de competências específicas acontecem entre 9 e 12 de dezembro, de acordo com cada carreira.

Estadão
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