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Uber vê queda de até 70% no movimento em cidades pelo mundo

No entanto, após presidente dizer que empresa tem recursos para sobreviver à crise, ações da empresa subiam acima de 35% na tarde desta quinta-feira; companhia também pode começar a entregar remédios em breve

19 mar 2020 - 16h20
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O presidente executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, afirmou na manhã desta quinta-feira, 19, que o movimento do negócio de transporte de pessoas da empresa chegou a cair até 70% em algumas cidades afetadas pelo novo coronavírus. Segundo ele, a demanda por corridas têm caído conforme mais pessoas trabalham retomamente e se isolam em suas casas.

Em teleconferência com investidores, Khosrowshahi tentou animar o mercado: disse que a empresa está preparada para lidar com a crise pois tem dinheiro em caixa. Segundo ele, o Uber tinha US$ 10 bilhões em reservas no final de fevereiro. e também tem enfrentado alta na demanda de seu serviço de entrega de refeições, o Uber Eats. "Em qualquer crise, a liquidez é fundamental", disse.

Segundo ele, em um cenário extremo de queda de 80% nas corridas em todo o mundo, o Uber chegaria ao final do segundo trimestre com US$ 6 bilhões à disposição - sendo US$ 4 bilhões em caixa e US$ 2 bilhões em uma linha de crédito que pode ser ativada a qualquer momento.

Os números surtiram efeito no mercado: na tarde desta quinta-feira, 19, as ações da empresa subiam 37% às 15h56 (horário de Brasília). É uma boa reviravolta para o momento da empresa no mercado: desde o início do ano até o pregão da quarta-feira, 19, as ações do Uber tinham caído cerca de 50% e chegaram a seu piso histórico, negociadas a US$ 14,82. Já a rival Lyft, que opera nos EUA e no Canadá e também tem enfrentado problemas com demanda, viu as ações caírem 65%.

"Acreditamos que já estamos vendo a pior parte do impacto e a recuperação em alguns lugares", disse Khosrowshahi. "Quando as coisas começarem a andar, o Uber também vai." Em Hong Kong, por exemplo, o nível médio das corridas está em queda de 30% - mas já esteve em 45%.

Na teleconferência, Khosrowshahi também afirmou que está de olho em oportunidades para fazer entregas de produtos básicos e de medicamentos, com uma nova divisão chamada Uber Health. "Já estamos em contato com o setor de saúde e desenvolvemos os processos que precisamos".

Procurado pela Reuters, o Uber não respondeu de imediato a um pedido para comentar. Nas últimas semanas, a empresa se comprometeu a pagar motoristas que tenham de ser afastados por ter sintomas ou estarem infectados com o coronavírus.

Estadão
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