Placa tectônica perdida de 120 milhões de anos é encontrada em Bornéu
Cientistas conseguiram mostrar, com simulações geológicas, que uma placa tectônica foi engolida entre Filipinas, Bornéu e Indochina — é a placa Pontus
Geólogos encontraram restos de uma placa tectônica de 120 milhões de anos que desapareceu sob outras camadas da Terra — um dia tendo ¼ do tamanho do Oceano Pacífico, a chamada Placa Pontus ficava nesse mesmo mar, entre a Indochina, Bornéu e Filipinas, dividindo as placas Australiana e Eurasiana.
- O que são placas tectônicas? Conheça seus mapas e movimentos!
- O Brasil está localizado em qual placa tectônica?
A existência da placa foi deduzida ao juntar dados geológicos descobertos em cadeias de montanhas "enrugadas" e fragmentos oceânicos que apontam no topo de placas continentais ao longo da região Asiático-Pacífica. No início, se acreditavam ser restos de outras placas perdidas já conhecidas, mas trabalhos magnéticos indicaram a presença de outra, mais ao norte, desconhecida. Era a Pontus (grego para "mar).
Como uma placa tectônica é perdida?
As reconstruções dos cientistas, que vão até 160 milhões de anos no passado, mostram que a Placa Pontus ficava no oceano entre a Eurásia e a Austrália, que ficavam ligadas à Antártida para formar o supercontinente da Pangeia. Quando este se dividiu em outros continentes, a Pontus foi engolida por placas insurgentes carregando Bornéu e as Filipinas até onde ficam nos dias de hoje.
Press release!@Suzannavdl's PhD research yielded a nice surprise: the reconstruction of the Pontus Plate that we predicted 11 years ago based on tomography. And now it rolled out of her reconstruction 🤠.https://t.co/rNUOM8oazK@UUGeo @UUEarthSciences pic.twitter.com/3hXVeSx334
— Douwe van Hinsbergen (@vanHinsbergen) October 9, 2023
Uma das cientistas responsáveis, Suzanna van de Lagemaat, focou no que se chama Região da Junção, uma das regiões tectônicas mais complicadas do planeta, que começa no Japão, passa por Bornéu, Filipinas, Nova Guiné e chega até a Nova Zelândia. Ela se baseou em dados obtidos em pesquisa de campo, em conjunto com outras bibliografias, para reconstruir a história da dinâmica tectônica da região.
Junto ao seu supervisor, Douwe van Hinsbergen, a geóloga decidiu não usar dados paleogeomagnéticos no estudo, registros antigos do campo magnético da terra que ficam preservados nas rochas, na orientação da placa do Mar das Filipinas.
Há poucos dados sobre isso na região, que é bastante ativa e pode acabar gerando deformações nas previsões científicas ao invés de indicar o real movimento das placas regionais. A pesquisa, então, considerou toda a região do oeste do Pacífico e o mar que o precedeu, o Pantalássico, superoceano que cercava a Pangeia.
A regressão da simulação geológica chegou até o Período Jurássico e considerou o cenário mais simples de tectônica de placas, encaixando as simulações com as observações de campo. A equipe já havia previsto a existência de uma placa nova há 11 anos, com base em anomalias nos dados sísmicos, e a placa Pontus parece se encaixa perfeitamente nessas previsões. Sua submersão teria perturbado o caminho dos terremotos que ocorreram na região.
Restos da placa também foram achados em Palauã, ilha no oeste das Filipinas, e no Mar do Sul da China, o que fez sentido ao considerar que ela já esteve conectada à formação de Bornéu. Segundo van Hinsbergen, foi apenas depois da reconstrução de metade do Anel de Fogo de vulcões do Japão à Nova Guiné e Nova Zelândia, feita por van de Lagemaat, que a nova placa surgiu — ou emergiu, neste caso.
Fonte: Nature Geoscience, Gondwana Research, Utrecht University
Trending no Canaltech:
- Amazon Quase Novo chega ao Brasil com produtos usados e até 35% de desconto
- Som da Liberdade | Por que um filme cristão virou alvo de polêmica?
- ThunderCats | 10 segredos sobre a Espada Justiceira que só fãs sabem
- Novo golpe da vaga de emprego oferece dinheiro para seguir canais no YouTube
- 10 IAs para criar um logo para o seu site ou empresa
- China descobre mineral que promete revolucionar as baterias