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Obeliscos | Novos microrganismos são descobertos na flora intestinal

Os obeliscos formam uma nova classe desvendada pela ciência. Esses seres habitam os micróbios de nosso intestino, e ainda não sabemos seus impactos à saúde

30 jan 2024 - 17h19
(atualizado às 19h46)
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Estudar os micróbios do intestino permite ter uma noção muito mais ampla da nossa saúde, de modo geral. A mais recente descoberta da ciência é uma classe totalmente nova de microrganismos presentes nos micróbios. Esses seres foram apelidados de "obeliscos" pelos cientistas de Stanford (EUA).

Foto: macrovector/freepik / Canaltech

Por enquanto, os pesquisadores não sabem se os obeliscos afetam a saúde. O que se sabe, até então, é que eles podem alterar a atividade genética dos micróbios em que se hospedam, o que por sua vez pode afetar os genes humanos. Mas também não está claro até que ponto se dá esse impacto.

O artigo (que ainda não foi revisado por pares, e por isso está publicado na plataforma bioRxiv) identificou esses obeliscos em 7% das amostras de fezes analisadas e em 50% das amostras orais.

O que são obeliscos?

Os obeliscos são diferentes de qualquer outro agente biológico, e justamente por isso só surgiram na ciência agora. Esses seres têm genomas aparentemente compostos por alças de RNA, ou seja: regiões específicas nas moléculas de ácido ribonucleico (RNA). O RNA é uma molécula essencial para a síntese de proteínas e execução de diversas funções celulares.

Ainda há muito mistério em torno dos obeliscos, mas a equipe observou que é "improvável que sejam vírus genuínos", porque os "vírus de RNA normalmente têm muito mais bases". Imagine o código genético de um organismo, como um livro com palavras escritas. As "bases" são como as letras desse código, e os vírus de RNA são como livros que têm mais letras (bases) do que outros livros (organismos) que usam DNA.

O relatório acrescenta que algumas das sequências do obelisco "codificavam proteínas envolvidas na replicação do RNA",  processo pelo qual uma molécula é sintetizada a partir de uma já existente. É um processo crucial para a reprodução e propagação de vírus de RNA, por exemplo, já que eles dependem das células hospedeiras para replicar seu material genético.

Os cientistas de Stanford agora questionam se os vírus evoluíram a partir de obeliscos cada vez mais complexos, ou se surgiram primeiro e depois degeneraram nestas estruturas mais simples. Agora que alcançaram a descoberta dos obeliscos, futuros estudos devem revelar mais informações.

O que vive em nosso intestino?

O intestino humano é a casa de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos. Essa comunidade complexa é conhecida como microbiota intestinal

Obeliscos, classe semelhante a vírus, habita os  micróbios de nosso intestino (Imagem: LightFieldStudios/envato)
Obeliscos, classe semelhante a vírus, habita os micróbios de nosso intestino (Imagem: LightFieldStudios/envato)
Foto: Canaltech

A informação de que nosso intestino está cheio de bactérias pode assustar, mas fique tranquilo — a maior parte é benéfica, e, na verdade, muito importante para a nossa saúde. São esses microrganismos que ajudam em fatores como:

  • Digestão
  • Absorção de nutrientes
  • Regulação do sistema imunológico
  • Prevenção do crescimento de microrganismos prejudiciais.

É claro que pode acontecer um desequilíbrio na composição da microbiota intestinal, o que pode levar a problemas de saúde (como infecções ou doenças inflamatórias). Mas de modo geral, os estudos só destacam benefícios por parte dessa população. Para garantir a saúde do intestino, opte por uma alimentação saudável e balanceada.

Fonte: bioRxiv, Science

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