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Governo testa novo sistema de alerta de emergências climáticas para celulares

Tecnologia começou a ser testada em outubro de 2022, com previsão de implementação para o segundo semestre deste ano

20 mai 2024 - 12h40
(atualizado às 14h27)
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O governo federal prepara o lançamento de um sistema de disparo de alertas de emergência sobre chuvas e deslizamentos de encostas a todos os celulares de uma mesma região. O anúncio foi feito pelo diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), Armin Augusto Braun, no Rio de Janeiro, durante evento do G-20 na última quarta-feira, 16, e confirmado ao Estadão pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) nesta segunda-feira, 20.

Chamado "Cell Broadcast", o sistema de segurança vai entrar em vigor no segundo semestre deste ano, ainda sem data marcada, diz o ministério. Atualmente, o projeto está em testes de ajustes e finalização, incluindo as cidades por onde o piloto vai ser implementado.

O sistema é utilizado por outros países para informar sobre emergências climáticas, como terremotos. Nele, mensagens na tela de um celular aparecem como um pop up, que se sobrepõe a qualquer tipo de conteúdo na tela. Todos os dispositivos de uma mesma região recebem o alerta, emitindo o som de uma sirene.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que testa a tecnologia desde outubro de 2022, os órgãos competentes podem optar por diferentes modos de alerta, incluindo um mais intrusivo, que dispara notificações com sinais sonoros e vibrações nos smartphones e exige que o usuário confirme a visualização do alerta para interromper a notificação.

Além de informar a população sobre os riscos, os alertas também podem indicar como proceder diante de eventos climáticos. Diferentemente do atual sistema de alertas por SMS, mantido atualmente ela Defesa Civil, o celular não precisa estar cadastrado para receber os alertas.

Sistema de alerta de emergências climáticas para celulares começou a ser testado em outubro de 2022, com previsão de implementação para o segundo semestre deste ano
Sistema de alerta de emergências climáticas para celulares começou a ser testado em outubro de 2022, com previsão de implementação para o segundo semestre deste ano
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

No evento no Rio, Braun explicou que a implementação da ferramenta leva tempo, pois exige um treinamento dos agentes municipais e estaduais da Defesa Civil, que vão operar o disparo das mensagens, e da elaboração de planos de contingência para o mecanismo.

"Existem quatro ações essenciais. Primeiro, é fundamental identificar o risco. Depois, preparar a comunidade para agir no desastre. Em seguida, organizar os dados oferecidos pelas agências federais e, por fim, fazer a informação chegar aos moradores", detalhou Braun em nota.

A Anatel informou ao Estadão que as redes de telecomunicações móveis das operadoras Claro, Tim, Vivo e Algar, com tecnologias 4G e 5G, já se encontram preparadas para a tecnologia. "O uso efetivo, contudo, depende das autoridades de Defesa Civil estaduais e municipais competentes para gerir os riscos estabelecidos no COBRADE, Classificação e Codificação Brasileira de Desastres", informou a agência. "Embora seja uma ferramenta de alto valor para prevenção, tem risco de ser usada indevidamente. Caso usada de forma indevida, como por exemplo, com conteúdos de desinformação, ou políticos, ou mesmo para situações climáticas não severas, representariam o descrédito de uma nova tecnologia que vem para uma missão especial de salvar vidas."

Estadão
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