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Facebook ameaça proibir compartilhamento de notícias nos EUA

Porta-voz do Facebook critica projeto de lei e fala em "cartel" criado pelo Senado para pagar veículos jornalísticos

6 dez 2022 - 10h39
(atualizado às 10h51)
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Mark Zuckerberg, CEO da Meta, empresa dona do Facebook
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, empresa dona do Facebook
Foto: Reprodução/Facebook / Tecnoblog

Diante de uma sinalização do Senado americano para que veículos de notícias possam ter mais receita com o Facebook, a Meta afirmou que pode remover conteúdos jornalísticos de suas plataformas nos EUA. A declaração foi publicada por Andy Stone, porta-voz da empresa, nesta segunda-feira, 5.

Com a proposta, conduzida pela senadora democrata Amy Klobuchar, a lei conhecida como Journalism Competition and Preservation Act (Lei de preservação e competição do jornalismo, em tradução literal) visa diminuir o monopólio de companhias como a Meta, dona do Facebook, em cima do compartilhamento de notícias nas redes. O projeto de lei também prevê que a receita arrecada com publicidade nesses conteúdos seja dividido com as mídias editoriais.

De acordo com Stone, o projeto de lei que está sendo discutido no Senado não está de acordo com as diretrizes do Facebook e que, caso sinta que a proposta não será benéfica, a empresa pode apenas recusar o compartilhamento de notícias da plataforma no país.

"Se o Congresso aprovar um projeto de lei de jornalismo imprudente como parte da legislação de segurança nacional, seremos forçados a considerar a remoção de notícias de nossa plataforma completamente, em vez de nos submeter às negociações exigidas pelo governo que desconsideram injustamente qualquer valor que fornecemos aos meios de comunicação por meio do aumento do tráfego e das assinaturas", apontou Stone em sua conta no Twitter.

A ameaça é semelhante a um movimento que ocorreu na Austrália em fevereiro de 2021, quando foi apresentado um projeto de lei na Câmara dos Deputados que previa que as gigantes de tecnologia pagassem a empresas de mídia pelo uso de notícias em suas plataformas. Sem acordo, o Facebook optou, na época, por bloquear o compartilhamento do conteúdo e impediu que os links fossem abertos pelos usuários.

O projeto de lei foi aprovado posteriormente e, depois de negociações, o Facebook voltou a exibir notícias no feed dos usuários.

A situação nos Estados Unidos, porém, pode ser mais complicada, já que os próprios veículos americanos seriam prejudicados caso a empresa decida partir para o mesmo boicote.

"Nenhuma empresa deve ser forçada a pagar por conteúdo que os usuários não desejam ver e isso não é uma fonte significativa de receita. Simplificando: o governo criando uma entidade semelhante a um cartel que exige que uma empresa privada subsidie outras entidades privadas é um precedente terrível para todas as empresas americanas", completou Stone.

Estadão
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