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Ratos sentem cócegas, se divertem e até riem

Em novo estudo, pesquisadores descobriram que a substância cinzenta periaquedutal pode estar por trás do riso. Para isso, conduziram experimentos em roedores

1 ago 2023 - 21h03
(atualizado em 2/8/2023 às 12h45)
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Qual estrutura cerebral controla o riso? Foi essa a pergunta que serviu como ponto de partida de um estudo publicado na revista científica Neuron na última sexta-feira (28). Para decifrar esse enigma, o grupo fez experimentos com roedores, e descobriu guinchos agudos semelhantes ao riso humano.

Os pesquisadores descobriram que os ratos continuaram brincando e rindo entre si depois que todo o seu córtex — a parte do cérebro essencial para a consciência e comportamentos de nível superior — foi incapacitado. Isso sugere que a emoção que leva à risada é instintiva, assim como o medo.

Uma das teorias é que uma estrutura chamada substância cinzenta periaquedutal, que desempenha um papel na resposta de luta, fuga e em outros comportamentos, pode estar envolvida. Quando os ratos brincam de luta uns com os outros, eles exibem comportamentos que imitam o medo e a agressão, o que levou os pesquisadores a acreditarem que essa região (ou alguma semelhante) do cérebro poderia ser a responsável.

Para investigar melhor o papel da região e sua relação com o riso, os membros da equipe brincaram com os roedores, fizeram cócegas nos animais nas costas e na barriga e, em resposta, os ratos vibraram de alegria e soltaram os guinchos. Durante essas sessões, a equipe monitorou a atividade cerebral dos roedores com eletrodos cerebrais.

Cérebro e riso

Quando um roedor estava chiando e brincando, uma região distinta da substância cinzenta periaquedutal se iluminou com atividade. Quando os roedores foram colocados em uma plataforma alta sob uma luz forte, condições que deixam os ratos ansiosos, eles pararam de chiar e os neurônios dessa região escureceram.

Quando os pesquisadores injetaram uma substância química na região cerebral em questão para impedir o funcionamento dos neurônios, os animais pararam de guinchar quando receberam cócegas e perderam o interesse.

Foto: nikki_meel/envato / Canaltech

O resultado sugere que a substância cinzenta desempenha um papel crucial nas cócegas e nas brincadeiras. A ideia é investigar a relação entre essa região e as reações dos roedores, em futuros estudos.

Por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos?

Em um estudo alemão, pesquisadores tentaram entender os efeitos das cócegas no corpo humano, e concluíram que quando fazemos cócegas em nós mesmos, as risadas começam a ser emitidas mais tarde e o indivíduo as classificam como menos intensas e divertidas.

Para os autores do estudo, a explicação sobre esse impacto controlado das cócegas está no cérebro. Isso porque, em tese, ele envia sinais inibindo e reduzindo a sensação de prazer associada a cócegas quando nos tocamos.

Fonte: Science, Neuron

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