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Rússia diz à NASA que vai ficar na ISS até 2028

Parceria com os EUA deve ser mantida até que a ROSS, a futura estação espacial russa, esteja pronta; isto não contradiz o que foi dito a Putin nesta semana

28 jul 2022 - 14h00
(atualizado às 16h54)
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A saga do "chove e não molha" da participação russa na Estação Espacial Internacional (ISS) ganhou um novo capítulo: Kathy Lueders, chefe de operações da NASA, disse à agência de notícias Reuters que oficiais da Roscosmos informaram a seus parceiros nos EUA que gostariam de continuar mantendo a presença de cosmonautas a bordo da ISS até que sua própria estação espacial esteja pronta.

"Não temos nenhum indício, em nenhum nível de trabalho, de qualquer mudança", disse Lueders. NASA e Roscosmos tem uma parceria na operação da Estação Espacial Internacional que vai até 2024. A agência espacial norte-americana espera estendê-la até 2030, quando espera que estações espaciais comerciais estejam prontas para assumir o papel da ISS, que será aposentada.

Os russos planejam construir uma estação espacial própria, chamada Russian Orbital Service Station (ROSS), que estaria pronta em 2028. Mas até lá, reconhecem que manter sua presença na ISS é importante.

Em uma entrevista publicada no site da Roscosmos, o diretor de voo do segmento russo da estação, Vladimir Solovyov, afirmou: "nós, obviamente, precisamos continuar operando na ISS até criarmos uma estrutura mais ou menos tangível para a ROSS. Precisamos levar em conta que se pararmos os voos tripulados por vários anos, teremos dificuldade em restaurar o que já conseguimos".

Isso não significa que Solovyov está desmentindo o que seu chefe, Yuri Borisov, disse à Vladimir Putin em uma reunião recente. O diretor da Roscosmos afirmou que os planos para abandonar a ISS "após 2024" já estavam prontos. "Após", não "em". A agência poderia deixar a estação só em 3056 e, tecnicamente, ainda estaria cumprindo a promessa a Putin.

Foto: NASA / Canaltech

Uma estação em "meio período"

Na mesma entrevista, Solovyov indicou que a Rússia pode adotar na ROSS uma abordagem diferente da usada atualmente na ISS, ou pelos chineses na Tiangong: em vez de habitação permanente, a estação seria tripulada por até dois meses a cada missão, e visitada duas vezes por ano.

"Propomos enviar missões tripuladas à ROSS apenas quando tivermos uma quantidade necessária de trabalho para os astronautas executarem", disse o executivo. "Ainda temos que encontrar o melhor equilíbrio entre a duração e frequência de voos".

Apesar de operar em uma escala menor, Solovyov vê a ROSS como um ponto de partida importante para missões muito mais grandiosas no futuro. "Com vontade política e fundos suficientes, a ROSS pode ser usada como base para montar um complexo na Lua ou em Marte", afirma.

Fonte: Reuters

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