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Cientistas observam sexo violento de aranhas

5 mai 2009 - 11h20
(atualizado às 11h24)
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Cientistas na República Tcheca observaram e registraram em vídeo uma estratégia de cópula violenta, mas eficiente, entre aranhas de uma espécie proveniente de Israel. Os machos da espécie, batizada de Harpactea sadistica, perfuram o abdômen das fêmeas, fertilizando os óvulos diretamente nos ovários.

Os machos perfuram o abdômen das fêmeas, fertilizando os óvulos diretamente nos ovários
Os machos perfuram o abdômen das fêmeas, fertilizando os óvulos diretamente nos ovários
Foto: BBC Brasil

A chamada "fertilização traumática" dá ao primeiro macho que realiza a inseminação uma vantagem reprodutiva, ao romper as estruturas do aparelho genital feminino. A descoberta foi publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society B.

Domínio

Cientistas já haviam detectado a mesma técnica de cópula em insetos como percevejos e ácaros, mas esta é a primeira vez que ela é observada em aranhas. Normalmente, a aranha-macho deposita seu esperma em uma pequena teia e em seguida o insere na fêmea utilizando um par de "apêndices" laterais chamados de pedipalpos.

O esperma é mantido em um receptáculo conhecido como espermateca, até que um óvulo seja liberado. Esta estrutura, no entanto, favorece o macho que inseminar a fêmea por último, ao utilizar seu esperma para a fecundação.O etmologista Milan Rezac, do Instituto de Pesquisas de Populações, em Praga, percebeu que, para superar essa desvantagem, os machos da H. sadistica possuem órgãos sexuais especializados nas pontas dos pedipalpos - uma para agarrar a fêmea e outra semelhante a uma agulha de injeção, para inocular o esperma.

Assim como ocorre em várias espécies de aranhas, o ritual de acasalamento da H. sadistica segue um padrão elaborado, no qual o macho agarra a fêmea, dominando-a e envolvendo-a para posicionar melhor seus órgãos sexuais.

Ele então se alterna entre perfurar a fêmea e injetar o esperma em um lado do abdômen, e, em seguida, o outro. Uma análise das fêmeas desta espécie mostrou que nelas a espermateca é atrofiada, em comparação com as demais aranhas.

Segundo Rezac, algumas espécies de aranhas e borboletas fêmeas evoluíram para desenvolver um aparelho sexual secundário perto dos ovários, para protegê-los de danos causados pela perfuração do macho.

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