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Bichinhos de luz: como se livrar dos insetos que invadem nossas casas

Conhecidos como aleluias ou bichinhos de luz, os cupins alados invadem as casas quando o tempo começa a esquentar; para evitá-los, existem algumas estratégias

7 set 2023 - 23h56
(atualizado em 8/9/2023 às 14h14)
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A alta umidade, após um período de chuvas, e o tempo quente formam o cenário ideal para o surgimento dos bichinhos de luz, também conhecidos como aleluias ou siriris, dentro de casa. Normalmente, isso acontece pouco antes da primavera ou mesmo no verão, quando o inseto — um tipo de cupim alado da ordem Isoptera — entra na fase de reprodução.

Foto: Евгения Егорова/Pexels / Canaltech

Diferente dos pernilongos que surgem em pequenos grupos ou mesmo sozinhos, os bichinhos de luz invadem a casa em bandos e, como o próprio nome já indica, buscam lâmpadas ou outras fontes de luz artificial. Ali, ficam rodando até "caírem".

Para evitar o inconveniente, existem algumas boas estratégias para impedir a entrada dos cupins alados dentro de casa, sem envolver o uso de inseticidas. De forma simples, apague a luz e deixe o bando de insetos migrar até outro foco, de preferência, longe da sua residência.

Entenda o processo de reprodução dos cupins alados

Quando pensamos em cupins, a primeira imagem que se forma na cabeça é a daqueles cupinzeiros grandes, com cor de terra batida, espalhados pelos campos como esculturas. A questão é que, no Brasil, existem cerca de 300 espécies desse inseto, incluindo alguns que vivem nas cidades e se proliferam em madeiras podres.

Os bichinhos de luz são, na verdade, cupins alados na época de reprodução (Imagem: Bishnu Sarangi/Pixabay)
Os bichinhos de luz são, na verdade, cupins alados na época de reprodução (Imagem: Bishnu Sarangi/Pixabay)
Foto: Canaltech

Dentro da diversidade de uma única colônia de cupins, estão os operários, os soldados e alguns alados (ou siriris). Estes últimos são aqueles que vão gerar novas colônias, sendo os futuros rainhas e reis — sim, a construção "social" é diferente de outros insetos eussociais, como as abelhas e as formigas, famosas pelos matriarcados.

Em períodos de chuvas e clima quente, "a época de reprodução do cupins é um verdadeiro espetáculo da natureza, os alados, machos e fêmeas, deixam a colônia em revoadas (verdadeiros enxames) à procura de parceiros. É bem comum encontrá-los rodeando postes de iluminação (ou qualquer fonte de luz)", explica artigo do Wikitermes, um projeto de divulgação científica sobre o universo dos cupins, com a coordenação de Tiago Fernandes Carrijo, da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Agora, veja os insetos saindo do cupinzeiro:

No processo de encontro do parceiro ideal, as asas caem, os cupins encontram seus companheiros e, após se estabelecerem em um novo local, ocorre a primeira cúpula real, dando início a uma nova colônia. No futuro, quando a comunidade estiver madura, novos alados irão nascer, expandindo a população de cupins com a formação de outras colônias.

Por que os insetos giram ao redor da lâmpada?

Por muito tempo, o consenso era de que os cupins alados ou outros insetos voadores "adorassem" fontes de luz, como uma lâmpada dentro de casa. Mais recentemente, pesquisadores da Imperial College London, na Inglaterra, descobriram que a luminosidade é fundamental, mas porque funciona como um guia de direção.

Assim, quando os insetos encontram uma luz externa, ela, na verdade, interfere nos sistemas de controle usados para se orientarem durante o voo, deixando os "confusos" da rota que deveriam seguir. Por isso, há inúmeros casos deles rodeando lâmpadas, sem parar, como os cupins alados.

Lâmpadas e outras fontes de luz artificiais desviam a rota de voo dos insetos, como os siriris (Imagem: Gimono/Pixabay)
Lâmpadas e outras fontes de luz artificiais desviam a rota de voo dos insetos, como os siriris (Imagem: Gimono/Pixabay)
Foto: Canaltech

A maior parte dos insetos voadores adota instintivamente um comportamento dorsal de resposta à luz. Com isso, ele mantém a parte de cima do seu corpo — ou seja, as costas — voltada para o lado de onde vem o brilho.

"Sob a luz natural do céu, inclinar o dorso em direção ao ponto visual mais brilhante [como a Lua] ajuda a manter a altitude e o controle de voo adequados. Perto de fontes artificiais, no entanto, esta resposta à luz dorsal pode produzir um voo em direção contínua ao redor da luz e prender o inseto [nessa rota sem sentido]", afirmam os pesquisadores no artigo publicado na plataforma bioRxiv.

Como evitar os bichinhos de luz em casa?

Após entender o porquê dos bichinhos de luz surgirem em dias quentes e aprender sobre o comportamento geral de voo dos insetos, é possível pensar em alguns estratégias para conter a entrada dos cupins alados dentro de casa, que vão de coisas básicas até procedimentos mais "complexos":

  • Ao entardecer e à noite, mantenha portas e janelas fechadas ao acender as luzes;
  • Se possível, instale telas nas portas e janelas, permitindo que o ar circule pela casa, enquanto evita a entrada de cupins alados e outros insetos;
  • Se identificar frestas e arestas, estas devem ser tampadas;
  • Se os insetos já entraram em casa, uma ideia é apagar as luzes e deixar as janelas abertas para que eles possam sair;
  • Outra possibilidade é colocar uma bacia com água abaixo da lâmpada. Por causa do reflexo da luz, os cupins se confundem e podem cair na bacia.

A seguir, veja como os insetos mudam de direção com o apagar das luzes da sala:

@luquemelodc Fui ataco pelos bichinhos de luz kkkk. Como isso se chama na sua região? #bichodeluz #siriri ♬ som original - Luque Melo

Apesar do incômodo que pode ser causado pelas aleluias, siriris e outros bichinhos voadores que buscam luz, é importante dizer que eles não transmitem doenças, picam e nem causam irritações aos humanos. O maior problema está onde eles se instalam e formam suas colônias, já que podem se proliferar em móveis de madeira, telhados ou mesmo em alguns eletrodomésticos, e assim causar estragos em casa.

Fonte: Wikitermes e bioRxiv  

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